Entrevista com Andreia Neves. Não dormir bem na infância deixa uma “cicatriz” para a vida

A pandemia piorou o sono dos mais novos e agravou um quadro já preocupante. A cardiopneumologista Andreia Neves, autora de O Sono do Meu Bebé, está cansada de ver crianças sujeitas ao ritmo dos adultos. “Não é sustentável”, avisa. Uma conversa sobre os dias apressados dos pais, crenças, abuso de medicamentos, a importância da informação. E “fórmulas mágicas” para dormir, existem?

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“Filhos de pais com maus hábitos de sono, ou que o desvalorizam, têm tendência a ter mais dificuldades ou mesmo perturbações do sono”, diz Andreia Neves Roberto Westbrook/Getty Images

Quem procurar a cardiopneumologista Andreia Neves em busca de dicas e estratégias milagrosas para pôr bebés e crianças a dormir acabará, com toda a certeza, desiludido. A especialista em sono sorri quando a pergunta, em género de ajuste de expectativas, surge: existe alguma fórmula mágica para pôr os mais pequenos a dormir? “A resposta é um grande não”, diz. O assunto, na verdade, não é para brincadeiras. “É importante deixarmos de aligeirar tanto estes temas de saúde”, pede a autora do livro O Sono do Meu Bebé (Ideias de Ler), preocupada por saber que a aflição de pais em privação de sono é terreno fértil para vendedores da banha da cobra. “Muitas vezes os pais estão desesperados e frágeis e há um aproveitamento disso”, lamenta Andreia Neves, falando de um “grande marketing” em torno do sono.

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