Coimbra cancela festejos de passagem de ano

Será uma “comemoração muito mais limitada” mas até poderá haver fogo-de-artifício. Os 200 mil euros que seriam gastos serão canalizados para os Transportes Urbanos de Coimbra, que vivem uma situação “grave”, disse o presidente da autarquia.

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MIGUEL NOGUEIRA

Tal como um pouco por todo o país, casos de Lisboa, Porto e Algarve, o município de Coimbra decidiu também cancelar as festividades “tradicionais” da passagem de ano.

"A imprevisibilidade da evolução da situação não nos permite avançar em segurança com as comemorações na sua forma tradicional”, afirmou o presidente José Manuel Silva esta segunda-feira no início da reunião da câmara.

Segundo o autarca, a decisão foi “um pouco antecipada” por ser esta “a data limite para se poder desencadear todos os procedimentos legais em termos dos preparativos para que tudo corresse bem na passagem de ano”.

Ficou a promessa de “uma comemoração muito mais limitada": "Por prudência, suspendemos as comemorações tradicionais, mas isso não quer dizer que não possa haver fogo-de-artifício ou algum evento em streaming”, disse José Manuel da Silva.

Simbolicamente, o dinheiro que seria gasto na passagem de ano (estava previsto investimento de cerca de 200 mil euros) será canalizado para os Serviços Municipalizados dos Transportes Urbanos de Coimbra (SMTUC), que vivem uma situação “grave”, referiu, citado pela Lusa. Questionado pelos jornalistas, José Manuel Silva realçou que o transporte público “é prioritário”, mas que o executivo “não está a tirar dinheiro de um lado para pôr no outro”. Segundo o município, havia, na sexta-feira, 43 autocarros parados.

“Com o reforço da resposta das oficinas já se está a diminuir o número de autocarros parados, mas isso não é fácil porque o executivo anterior [liderado pelo PS] comprou sucata que está sempre avariada”, defendeu José Manuel Silva, referindo ainda que os mecânicos dos SMTUC recebem o salário mínimo e considerando que é necessária uma alteração para garantir que aqueles profissionais possam ser contratados “por preços justos”. O presidente pôs de parte, porém, uma possível privatização: “Não vamos privatizar os SMTUC. Queremos que sejam um serviço público”. 

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