Hamilton vence na Arábia Saudita e deixa Mundial de F1 ao rubro

Verstappen acaba em segundo em corrida cheia de incidentes que valeu uma penalização ao neerlandês. Depois da reunião com os comissários, Max foi punido com mais 10 segundos e dois pontos na licença, mas manteve a classificação final.

Foto
Lewis Hamilton após o triunfo EPA/GIUSEPPE CACACE / POOL

Lewis Hamilton (Mercedes) venceu este domingo o Grande Prémio (GP) da Arábia Saudita, penúltima prova da temporada, levando a decisão do Mundial de Fórmula 1 para Abu Dhabi, onde o inglês chega empatado com Max Verstappen (Red Bull), segundo em Jeddah, numa corrida cheia de incidentes, com duas bandeiras vermelhas e uma penalização para o neerlandês.

Depois da reunião com os comissários, Max Verstappen sofreu nova penalização de 10 segundos e dois pontos na licença, o que não se reflectiu na classificação geral, pelo que os dois candidatos ao título chegam à última prova empatados com 369,5 pontos. 

Depois de uma partida sem problemas, os Mercedes mantiveram as posições, com Max Verstappen na expectativa, enquanto Lewis Hamilton ia ganhando uma ligeira vantagem para tentar cobrir a possibilidade de um undercut da Red Bull.

Mas a história sofreria uma volta de 180 graus, com as interrupções a colocarem Verstappen na liderança, posição reclamada pelo inglês perto do final, já depois de uma situação que por pouco não deixou os dois candidatos fora de jogo, quando Max abrandou de forma súbita e Hamilton embateu na traseira do Red Bull, danificando a asa dianteira.

Mas o filme desta corrida de Jeddah começou a animar à décima volta, após batida de Mick Schumacher (Haas) nas barreiras, o que mexeu com a ordem natural dos acontecimentos. A entrada em cena do safety car levou os dois Mercedes a trocarem imediatamente de pneus, enquanto Verstappen permanecia em pista, assumindo a frente, mas ficando completamente exposto caso a corrida fosse rapidamente retomada, já que o neerlandês tinha Hamilton colado na traseira e perderia tempo crucial (mais de 20 segundos) quando fosse forçado a ir às boxes.

Uma decisão arriscada mas que beneficiou Verstappen, já que a corrida foi mesmo interrompida, oferecendo-lhe uma troca de pneus “gratuita”, para além de manter a primeira posição na segunda partida da grelha.

Lewis Hamilton questionou a legitimidade da bandeira vermelha, mas não havia nada a fazer e, com 35 voltas para disputar, Max Verstappen tinha tudo para aumentar a vantagem no Mundial e começar a preparar Abu Dhabi.

No recomeço, Hamilton saiu melhor, ganhou posição a Max, mas o neerlandês foi por fora e regressou à pista à frente do Mercedes, que perdeu nova posição para Esteban Ocon (Alpine), enquanto Nikita Mazepin (Haas) abalroou George Russell (Williams), com Sergio Pérez (Red Bull) a não evitar uma carambola que motivou nova bandeira vermelha e a desistência do trio.

Nova partida da grelha, com uma decisão estranha: Verstappen “pagou” a ousadia e caiu para terceiro, mas a direcção de corrida, numa negociação incompreensível com as equipas, premiou Ocon, que saiu da “pole”, e penalizou Hamilton, que voltou a partir do lado “sujo”, com pneus duros contra os médios novos do Red Bull. Com essa jogada, Verstappen mergulhou por dentro na primeira curva, levando o inglês a defender-se, a tocar Ocon e a cair para terceiro.

Hamilton não perdeu muito tempo atrás do francês, passando ao ataque na perseguição ao neerlandês, que começou a queixar-se de problemas de potência.

A luta endureceu e a perseguição de Hamilton levou Max aos limites. Na tentativa de defender a posição a todo o custo, o neerlandês acabou por empurrar o inglês para fora de pista, tendo, na altura de ceder a posição, enveredado por um estilo perigoso, que lhe valeu uma penalização de cinco segundos. Com isso, Max não pôde, depois de ultrapassado, trocar de pneus para reclamar o ponto extra, já que perderia duas posições para Bottas e Ocon.

À margem da disputa pelo título, o Grande Prémio da Arábia saudita ficou marcado pelo acidente no início da corrida de Fórmula 2, que levou Theo Pourchaire e Enzo Fittipaldi ao hospital. Em comunicado, a FIA confirmou que os dois pilotos foram observados, estando conscientes.

O dia teve ainda uma homenagem a Frank Williams, que faleceu na semana passada, aos 79 anos. Para além do minuto de silêncio, com todos os membros do Grande Circo reunidos no paddock, houve uma volta à pista no FW07 com que Alan Jones venceu o Mundial de 1980, tendo o campeão do mundo de 1996, Damon Hill, cumprido a missão que estava confiada a Emerson Fittipaldi, mas que o antigo campeão brasileiro não pôde assumir para poder acompanhar o neto Enzo ao Hospital das Forças Armadas Rei Fahad, de Jeddah.

Também o presidente da FIA, Jean Todt,  mereceu uma homenagem na hora da despedida, tendo posado para a posteridade com os 20 pilotos e o CEO da F1, Stefano Domenicali.

Sugerir correcção
Comentar