Meghan 2, tablóides 0. Pedido de recurso do Mail on Sunday foi recusado

A carta que Meghan enviou ao pai era “pessoal” e sem “questões de interesse público”. Por isso, a publicação de excertos da missiva violou os direitos de autor e de privacidade da duquesa, concluiu o Tribunal de Recurso. Jornal pondera levar o caso ao Supremo.

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“Esta é uma vitória não só para mim, mas para qualquer pessoa que alguma vez tenha sentido medo de defender o que está certo”, declarou Meghan Reuters/TOBY MELVILLE

O Tribunal de Recurso britânico descartou o pedido do jornal Mail on Sunday para voltar a analisar o caso que opõe a duquesa de Sussex ao tablóide, depois de um juiz ter deliberado, sem julgamento, que o jornal tinha violado a privacidade e os direitos de autor da ex-actriz ao publicar excertos de uma carta que escreveu e remeteu ao pai, Thomas Markle, três meses depois do casamento com o príncipe Harry.

O conteúdo da carta “era pessoal, privado e não questões de interesse público legítimo”, avaliou o tribunal, indo ao encontro da decisão do juiz Mark Warby, que considerou, em Fevereiro e sem realizar um julgamento, que os artigos publicados no periódico britânico eram uma clara violação de privacidade. Já o jornal argumentou que a duquesa pretendia que o conteúdo da carta se tornasse público e que tudo fazia parte de uma estratégia de marketing.

A editora do tablóide britânico, a DMG Media (antiga Associated Newspapers), não se conformou e avançou, no início de Novembro, com um pedido de recurso. A empresa, que detém ainda títulos como o Daily Mail ou o Metro, disse, citada pela Reuters, estar muito desapontada com a decisão e que está a considerar apresentar um recurso ao Supremo Tribunal da Grã-Bretanha. “É nossa forte convicção que a decisão deve ser proferida apenas com base em provas examinadas em julgamento, e não numa base sumária num caso que é muito controverso.”

Já Meghan exprimiu a sua satisfação num comunicado: “Esta é uma vitória não só para mim, mas para qualquer pessoa que alguma vez tenha sentido medo de defender o que está certo”, observou, ao mesmo tempo que defendeu que é tempo de ser feita uma revisão aos tablóides, cujas “práticas nocivas não acontecem uma vez muito de vez em quando — são um erro diário”, apelando a que se “remodele uma indústria que condiciona as pessoas a serem cruéis, e que lucra com as mentiras e a dor”.

As relações de Meghan e Harry com a imprensa tablóide britânica foram cortadas pouco depois do casamento. O casal declarou um “compromisso zero” com quatro grandes jornais britânicos, incluindo o Mail, acusando-os de cobertura falsa e invasiva.

O casal também citou a intrusão dos meios de comunicação como um factor importante na sua decisão de renunciar aos deveres reais e de se mudar para os Estados Unidos com o filho bebé Archie no ano passado.

“O mundo precisa de notícias fiáveis, verificadas e de alta qualidade. O que o Mail on Sunday e as suas publicações parceiras fazem é o contrário”, disse Meghan após a sua primeira vitória, em Fevereiro.

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