Audácia do FC Porto travada pela qualidade do Liverpool

Com a derrota em Anfield Road e a vitória do AC Milan, os “dragões” mantêm o 2.º lugar no Grupo B, mas para garantirem a qualificação sem dependerem de terceiros têm que vencer na última jornada o Atlético de Madrid no Dragão.

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Mbemba trava Origi à entrada da área do FC Porto Reuters/PHIL NOBLE

A exibição teve períodos muito positivos durante um hora, mas, no final, a audácia do FC Porto em Anfield Road acabou travada pela qualidade do Liverpool. Na penúltima jornada do Grupo B da Liga dos Campeões, os “dragões” tiveram uma mão-cheia de boas oportunidades para marcar, mas a lesão de Pepe e o excesso de cerimónia dos avançados portistas desequilibraram a balança a favor dos “reds”. Com a derrota em Liverpool (2-0), o FC Porto ainda não tem o apuramento para a Liga Europa garantido, mas depende de si para assegurar o lugar nos oitavos-de-final da Champions.

Cerca de uma hora antes de o alemão Felix Zwayer apitar para o início do penúltimo jogo do FC Porto no Grupo B, o anúncio das equipas trazia boas e más notícias para Sérgio Conceição. No que dependia do treinador portista, as novidades eram as melhores, com a confirmação de que Pepe estava apto. 

Com o capitão em campo, Conceição não inventou. Ao contrário do que tinha acontecido no primeiro jogo entre as duas equipas, o FC Porto apresentou-se com o seu “onze-tipo”, o que significava que, no papel, havia uma formação de tracção à frente, com quatro jogadores de características ofensivas: Otávio, Díaz, Evanilson e Taremi. Na prática, o jogo mostrou que os “azuis e brancos” foram a Anfield para ganhar.

Porém, do outro lado, Jürgen Klopp foi mais contido do que se previa nas poupanças. Mesmo já tendo o primeiro lugar garantido, o alemão não revolucionou a equipa e, para desconforto dos “dragões”, atacou a baliza de Diogo Costa com Salah e Mané, com a novidade a ser o internacional japonês Minamino. No resto do puzzle dos “reds”, havia a garantia da qualidade de Alisson na baliza, de Matip na defesa, de Thiago Alcântara e Oxlade-Chamberlain no miolo.

Mesmo com um Liverpool com muitos habituais titulares, o FC Porto entrou sem medo. Nos primeiros 25’, fazendo pressão alta, os “dragões” encostaram os ingleses às cordas, e, por duas vezes, estiveram perto do golo: aos 8’, Matip quase marcou na própria baliza; aos 12’, Otávio colocou mal o pé e esbanjou uma assistência de luxo de Díaz. 

Seguro a defender e perigoso no ataque, o FC Porto transbordava confiança, mas no melhor momento portista Pepe ressentiu-se da lesão e fez abanar os alicerces “azuis e brancos”. Sem o líder da defesa — entrou Fábio Cardoso —, o atrevimento dos “dragões” ficou contido e o Liverpool começou a conquistar terreno. Resultado? Aos 37’, Mbemba marcou Sané com os olhos e o senegalês colocou a bola no fundo da baliza de Diogo Costa. Para alívio portuense, o avançado estava em fora-de-jogo. 

A resposta passou pelos pés de Taremi, mas em cima do intervalo o iraniano preferiu fazer um passe (falhado) para o lado quando estava frente a frente com Alisson.

Sem mudanças ao intervalo, a segunda parte começou com Uribe a falhar por centímetros, mas pouco depois Alcântara aproveitou uma bola perdida à entrada da área para marcar (52’). A partir da daí, o FC Porto começou a desmoronar-se. Aos 59’, uma oferta de Alisson resultou na última grande ocasião dos “dragões”, mas Otávio voltou a preferir o passe em vez do remate.

A perder, Conceição trocou Oliveira e Taremi por Vitinha e Francisco Conceição, mas o tiro saiu ao lado. O FC Porto deixou de ter a supremacia e, aos 70’, Salah acabou com as dúvidas: para garantirem a qualificação sem dependerem de terceiros, os portistas vão ter que vencer, no Dragão, o Atlético de Madrid.

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