Cardoso e Cunha diz que prioridade é privatizar a TAP

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A TAP vai dirigir as suas forças para encontrar um parceiro, mesmo que a companhia continua a gerar prejuízos este ano DR

A prioridade da TAP passou da recuperação para a privatização do capital, a única directiva que o novo presidente da empresa, Cardoso e Cunha, tem do Governo.

Em entrevista ao "Diário Económico", o antigo comissário da Expo 98 considera que a empresa não pode continuar sozinha e que por isso há que encontrar um parceiro o mais cedo possível.

A espanhola Iberia já declarou o interesse em participar no capital da TAP, assumindo que a empresa devia-se concentrar nas rotas africanas e no Brasil, para as quais detém vantagens competitivas inegáveis, abandonando parte das actuais rotas europeias. Só que Cardoso e Cunha torce o nariz a essa ligação institucional e faz uma apreciação vaga, referindo-se a uma condicionante de "envolvente política global". No entanto, o também empresário reconhece que a Iberia encontra-se numa "boa situação" financeira, mas confessa que não gostaria de ver na TAP aquilo que aconteceu na Iberia, na fase de reestruturação "muito violenta e com sangue".

Ao contrário da Iberia, a débil situação financeira da TAP inviabiliza um novo "programa social" desencadeado em 2001 e 2002, que envolveu a saída, de comum acordo, de perto de 900 funcionários.

Para este ano, a TAP mantém a previsão de obter um prejuízo de cinco milhões de euros, o que a acontecer seria uma vitória da gestão de Fernando Pinto, o administrador-delegado com funções executivas, ao contrário de Cardoso e Cunha, que desempenha um papel não executivo.

Na última apresentação de resultados dos primeiros nove meses do ano, as contas da companhia surgiam com um défice ainda longe dessa meta, o que indicia que a previsão não será alcançada no final do ano.

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