Daniel Markovits: “A meritocracia bloqueia a igualdade”

Nos EUA, o 1% dos mais ricos não vive dos rendimentos. Eles são os que têm os trabalhos mais especializados, trabalham mais horas e ganham os mais altos salários. A herança que estão a passar aos filhos é uma educação de elite e a introdução de mudanças na sociedade que os beneficiam apenas a eles, sufocando a classe média, denuncia o professor de Yale.

Foto
Daniel Markovits veio a Lisboa participar na "Conversa sobre o Futuro da Igualdade" numa co-produção da Fundação Calouste Gulbenkian com a RTP Daniel Rocha

Nunca a classe média esteve tão próxima da mais baixa, alerta Daniel Markovits, professor de Direito na Universidade de Yale, nos EUA e director-fundador do Centro de Estudos de Direito Privado. Há dois anos, publicou The Meritocracy Trap, em que denuncia que o ideal meritocrático criou uma elite, uma nova aristocracia baseada no investimento que é feito na educação. Em Nova Iorque, os pais mais ricos podem gastar 600 ou mesmo mil dólares (525 a 880 euros) por hora em explicações. As escolas privadas de elite gastam cerca de 75 mil dólares (65 mil euros) por estudante/ano, enquanto as públicas se ficam pelos 15 mil (13 mil euros). “A diferença entre a classe rica e a média está a aumentar muito mais rapidamente do que a diferença entre a classe média e os mais pobres”, diz ao PÚBLICO, em entrevista na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, onde participou na Conversa sobre o Futuro da Igualdade.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 75 comentários