Receitas turísticas no Alentejo superam as de 2019 nos meses de Verão

Madeira também teve uma boa perfomance, mas ficou abaixo das receitas de 2019 devido a um Julho menos positivo. No conjunto dos nove meses as receitas totais subiram 33% face ao ano passado, um valor que supera já o ano completo de 2020. Mas se análise for feita com 2019 a queda é de 53%.

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Alentejo teve mais receitas com menos dormidas Rui Gaudencio

Com a retoma a chegar a diferentes ritmos ao sector do turismo, o Alentejo foi a única região que, nos meses de Verão, conseguiu superar os valores das receitas obtidas no mesmo período de 2019, antes da pandemia de covid-19.

De acordo com os dados de actividade turística divulgados esta segunda-feira pelo INE, entre Julho e Setembro os alojamentos localizados nesta região (não são contabilizadas as unidades de alojamento local com menos de 10 camas) tiveram proveitos totais de 79,9 milhões de euros, 5% acima das receitas desses mesmos três meses em 2019.

A Madeira, que tem registado uma boa procura por parte dos turistas nacionais, foi a segunda região com melhor desempenho neste indicador ao encaixar 126,7 milhões de euros no Verão passado, apenas -2% face ao mesmo período de 2019 (ano em que se bateram novos recordes no sector a nível nacional). Os meses de Agosto e de Setembro foram mesmo superiores aos de 2019, demonstrando um ritmo de recuperação que poderá trazer boas novidades para a região nos próximos meses, mas a performance de Julho acabou por não permitir superar as receitas pré-covid.

Tanto no caso do Alentejo como no caso da Madeira a recuperação está a ser conduzida com menos dormidas de turistas, ou seja, há menos visitantes, mas que gastam mais dinheiro. De acordo com os dados do INE, que divulgou agora os valores do último mês de Verão, o rendimento por quarto disponível (Revpar) no Alentejo foi de 77,5 euros em Agosto e de 46,7 euros em Setembro, o que compara com 70,4 euros e 44,9 euros dos mesmos meses de 2019.

Em sentido contrário está Área Metropolitana de Lisboa, com proveitos totais de 184,4 milhões de euros no período em análise, menos 56% face ao Verão de 2019, enquanto o Algarve se ficou pelos 474,5 milhões, o que equivale a menos 26%.

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No conjunto dos nove meses, as receitas totais chegaram aos 1630 milhões de euros, mais 33% face ao ano passado – o valor supera já o ano completo de 2020 - mas menos 53% quando comparado com os valores de 2019. Embora haja diferenças entre as várias regiões, todas sobem em relação ao ano passado e todas descem face ao período pré-pandemia.

Olhando só para Setembro, os dados agora divulgados pelo INE mostram proveitos totais de 355,5 milhões, recuperando bastante face a 2020 (203,6 milhões) mas ainda bastante longe de 2019 (com 501,5 milhões).

Os sinais de recuperação de Setembro já tinham sido avançados pelo INE na sua estimativa rápida de 29 de Outubro, quando tinha dado nota de que o número de dormidas de estrangeiros nos alojamentos turísticos tinha superado o de portugueses, algo que acontece pela primeira vez desde que foi declarada a pandemia de covid-19, em meados de Março do ano passado.

Assim, em Setembro houve 5,6 milhões de dormidas (de 2,1 milhões de hóspedes), das quais três milhões foram de não residentes (54,2% do total). “Nos primeiros nove meses do ano, verificou-se um incremento de 19,5% das dormidas totais, resultante de variações de mais 28,7% nos residentes e de mais 9,4% nos não residentes”, afirma o INE, acrescentando que se a comparação for feita com o mesmo período de 2019 “as dormidas diminuíram 54,0% (menos 14,4% nos residentes e menos 71,2% nos não residentes)”.  

Na estimativa rápida, o INE referiu que o mercado britânico liderou o ranking de dormidas estrangeiros, com 19,1% do total (chegou às 580 mil dormidas), seguindo-se o alemão (13,2%), o espanhol (12,4%) e o francês (10,5%), com o Algarve concentrar 33,5% das dormidas nesse mês.

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