João Rendeiro protege mulher na venda de quadros arrestados: “Foi responsabilidade minha”

Banqueiro quebrou silêncio dois meses após a fuga do país. Obras de arte amealharam 1,3 milhões de euros em leilões. Em caso de ilegalidade, Rendeiro diz que responsabilidade não é da mulher.

Foto
João Rendeiro e a esposa, Maria de Jesus Rendeiro

Fugiu do país em Setembro e, desde então, não tinha feito qualquer declaração pública. Depois de dois meses em silêncio, João Rendeiro falou novamente a um órgão de comunicação para procurar ilibar a mulher no caso das obras de arte leiloadas e trocadas por falsificações. “O que quer que houvesse foi responsabilidade minha”, afirmou o ex-presidente do Banco Privado de Portugal (BPP), em declarações ao site Sapo24.

Maria de Jesus Rendeiro, mulher do ex-presidente do BPP, foi detida no dia 3 de Novembro, tendo sido condenada a pagar 1020 euros pelo desaparecimento de 12 das 124 obras de arte que foram apreendidas ao marido em 2010 e que ficaram à sua guarda. João Rendeiro diz que o envolvimento da mulher neste caso se deve a um “erro do advogado”

“Um advogado foi instruído para passar a guarda dos bens para meu nome. Fê-lo num processo mas esqueceu-se de o fazer neste. A Maria ficou apenas como fiel depositária porque na altura eu estava no estrangeiro”, alega o banqueiro.

A mulher do antigo presidente do Banco Privado Português João Rendeiro está em prisão domiciliária com pulseira electrónica. A juíza de instrução criminal Catarina Pires, responsável pela atribuição das medidas de coacção, considerou que existia “perigo de fuga, perigo de “perturbação do decurso do inquérito, nomeadamente, para a aquisição, conservação e veracidade da prova” e perigo de continuação de actividade criminosa.

Os oito quadros vendidos por rendeiro em leilões amealharam 1,3 milhões de euros, sendo que ainda há cinco outras obras em paradeiro incerto.

João Rendeiro, condenado a três anos e seis meses de prisão efectiva num processo por crimes de burla qualificada, fugiu para escapar à pena de prisão. 

Num texto publicado no seu blogue no dia 28 de Setembro, João Rendeiro assumiu publicamente a fuga e explicou que no decurso dos processos em que foi acusado efectuou “várias deslocações ao estrangeiro, tendo comunicado sempre o facto aos processos respectivos”. “De todas as vezes regressei a Portugal. Desta feita não tenciono regressar”. Rendeiro disse ainda que a fuga representou um “acto de legítima defesa contra uma justiça injusta”.

Sugerir correcção
Ler 23 comentários