Martin Margiela: a metafísica do desodorizante

Na transição do século, Martin Margiela revolucionou a alta-costura, “de certa maneira dadaísta, como se Marcel Duchamp tivesse reencarnado como designer de moda”. Desde há uma década retirado da indústria do vestuário, Margiela regressa agora pela porta da arte contemporânea numa exposição única na Lafayette Anticipations. E recorda-nos que a visão nasce da atenção.

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João Sousa Cardoso

Escrever sobre Martin Margiela (1957) e a exposição patente no espaço de criação contemporânea Lafayette Anticipations (1), em Paris, proporciona-nos um renovado prazer depois da experiência marcante da Saison Margiela 2018 à Paris, que integrava a retrospetiva Margiela/Galliera, 1989-2009 no Palais Galliera e a mostra Margiela, les années Hermès no Musée des Arts Décoratifs, instalado no mesmo edifício do Museu do Louvre. A estética subversiva do designer belga ultrapassa amplamente o domínio estrito do vestuário e da moda, sendo Margiela o protagonista de uma pesquisa férrea sobre as questões do corpo, a historicidade do olhar e a dimensão ideológica dos regimes de visibilidade.

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