O princípio de Eleutério

Os analistas mais cínicos têm avançado a tese de que o ainda primeiro-ministro António Costa espoletou a crise por estar a preparar um salto que ainda não se sabe onde o fará aterrar. Esta modalidade de trampolim está há muito instituída nas olimpíadas da política nacional.

O “Menino Eleutério” é, nas Habilitações necessárias para ser ministro, uma d’As Farpas de Eça de Queirós e Ramalho Ortigão, o jovem promissor que, ao falhar sucessivamente na escola primária, no liceu, na universidade, consegue atrair a atenção do “poder moderador”, vendo a sua incompetência premiada com vários cargos governamentais até finalmente chegar a primeiro-ministro. Ao contrário do “princípio de Peter”, segundo o qual uma pessoa competente no seu trabalho é elevada a posições para as quais é incompetente, o muito mais radical “princípio de Eleutério” enunciado por Eça de Queirós, estipula que a incompetência demonstrada por uma pessoa no seu trabalho é critério essencial para a sua promoção.

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