Indonésia considera “injusto” acordo para pôr fim à desflorestação até 2030

“A riqueza natural da Indonésia inclui florestas, cuja utilização deve ser gerida de forma sustentável”, afirmou a ministra Siti Nurbaya.

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Activistas climáticos envergam cartazes contra o discurso do Presidente Joko Widodo na COP26 Reuters/WILLY KURNIAWAN

A ministra do Ambiente indonésia descreveu como “inapropriado e injusto” o acordo global para pôr fim à desflorestação até 2030, alcançado durante a cimeira climática que se realiza em Glasgow e à qual o seu próprio país aderiu.

"Forçar a Indonésia a [alcançar] a desflorestação zero até 2030 é claramente inadequado e injusto”, disse a ministra Siti Nurbaya Bakar no seu perfil do Facebook na quinta-feira, apontando as diferentes fases de desenvolvimento entre países.

Nurbaya, que reiterou o compromisso do seu país em controlar as emissões poluentes, disse que o plano de desenvolvimento em grande escala iniciado pelo Presidente indonésio, Joko Widodo, “não deve parar por causa das emissões de carbono ou da desflorestação”.

"A riqueza natural da Indonésia inclui florestas, cuja utilização deve ser gerida de forma sustentável”, afirmou, salientando a diferença de terminologia e interpretação do termo “desflorestação” entre os países europeus e a Indonésia.

Os comentários da ministra vêm depois da Indonésia, onde um terço das florestas tropicais do mundo se encontra, e 127 outros países terem assinado o tratado na segunda-feira, comprometendo-se a “trabalhar colectivamente para deter e inverter a perda e degradação da floresta até 2030”.

Nos últimos anos, grupos ambientalistas como o Greenpeace e a Global Forest Watch acusaram a Indonésia de desmatar milhares de hectares de floresta tropical virgem para dar lugar a plantações de óleo de palma, entre outras culturas.

Na sua mensagem, a ministra defendeu a necessidade de limpar áreas florestais nas ilhas de Bornéu (conhecidas como Kalimatan em indonésio) e Sumatra para a construção de estradas ligando milhares de aldeias.

A Indonésia anunciou há alguns anos a construção de uma nova capital em Kalimantan até 2024, levantando as suspeitas dos ambientalistas sobre os possíveis danos no rico ecossistema da ilha, que é habitado por muitas espécies protegidas.

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