Quartararo é o primeiro francês campeão do mundo de MotoGP

Miguel Oliveira caiu a quatro voltas do final, quando rodava na terceira posição.

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Reuters/JENNIFER LORENZINI

Foi a quatro voltas do fim que o Grande Prémio (GP) de Emília Romagna sofreu um golpe de teatro. Francesco Bagnaia (Ducati), que liderava a corrida com conforto, despistou-se e entregou de bandeja o título mundial de MotoGP a Fabio Quartararo (Yamaha). E Miguel Oliveira (KTM) teve a mesma sorte, caindo quando acabara de subir à terceira posição.

Tudo parecia indicar que não haveria campeão do mundo neste fim-de-semana, mas as derradeiras voltas representaram uma inversão completa da tendência da corrida. Bagnaia deixou escapar a vitória - e com ela o sonho de ainda vir a chegar ao título - e Oliveira desbaratou a hipótese de um lugar no pódio, segundos depois de o italiano se ter despistado.

Para Quartararo, que tinha feito uma qualificação modesta, foi uma espécie de jackpot. Com Bagnaia fora da equação, bastava manter o ritmo e terminar a corrida, que foi conquistada por Marc Márquez (Honda). Ao francês, bastou um quarto lugar, atrás também de Pol Espargaró (Honda) e de Enea Bastianini (Ducati), que o ultrapassou numa das últimas curvas.

“El Diablo” pôs termo a uma era de conquistas de pilotos espanhóis, com nove Mundiais para Marc Márquez (seis títulos), Jorge Lorenzo (2012 e 2015) e Joan Mir (2020). O australiano Casey Stoner havia sido o último não espanhol a triunfar.

Márquez, que garantiu a terceira vitória da época - a primeira num circuito com predominância de curvas para a direita desde o Grande Prémio do Japão de 2019 -, não quis roubar o palco a Quartararo: “Este dia não é meu. Hoje é para o Fabio. Quero felicitá-lo, pois merece esta vitória depois de uma época incrível”, declarou.

Para o heptacampeão Valentino Rossi, de 42 anos, 10.º em San Marino, este foi o último Grande Prémio da carreira em solo italiano. 

"Triste por não ter terminado" a corrida já com o pódio à vista, o português Miguel Oliveira olha já para o Algarve. “Estou triste por não ter terminado, com as possibilidades que tínhamos de acabar no ‘top 5’, ou mesmo no pódio. Mas fiquei contente com a minha corrida. No final estava difícil controlar a mota nalguns pontos e a queda aconteceu por isso mesmo. Mas saímos daqui contentes e de cabeça erguida para Portimão”, disse o piloto português.

Agora é tempo de pensar no Grande Prémio do Algarve, dentro de duas semanas, onde Miguel Oliveira espera regressar aos lugares cimeiros, depois de ter sentido alguns problemas nos últimos dois meses, após a fractura sofrida no pulso direito.

“Fisicamente, estou de regresso à normalidade. Mas é um bom sinal estar lá em cima nos treinos, encontrar algum entrosamento com a mota. Espero que consigamos mantê-lo na próxima temporada”, explicou.

No entanto, o piloto de Almada lembra que, agora, “a mota é diferente da de Abril [o GP de Portugal de 2021 disputou-se a 18 de Abril] e da de Novembro do ano passado [quando festejou a vitória no GP de Portugal de 2020]”.

"Temos de perceber as nossas dificuldades. Espero um bom fim-de-semana, com espectadores na bancada. Espero terminar a corrida e nos primeiros lugares”, concluiu.

O GP do Algarve de MotoGP decorre de 5 a 7 de Novembro, no Autódromo Internacional do Algarve, em Portimão, que acolhe uma ronda do Campeonato do Mundo de velocidade pela segunda vez esta temporada.

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