As imagens de cães e gatos presos em pequenos pátios rodeados de lava na ilha de La Palma, nas Canárias, tornaram-se virais nas redes sociais na semana passada e levaram a apelos para que se salvassem os animais. Os apelos foram ouvidos e a solução já está encontrada.

A solução, conta o El País, vai passar por uma empresa galega especialista em drones. O director-executivo da Aerocamaras, Jaime Pereira, fala numa operação “sem precedentes” onde não existe outra opção para salvar os animais.

Durante os últimos dias estes animais já estavam a ser alimentados com recurso a drones comandados à distância e que lhes distribuem comida e água. Mas o tempo escasseia e, perante a instabilidade da erupção e a acumulação de cinzas, torna-se a cada momento mais importante salvar os cães.

Neste sábado, a empresa galega confirmou que já tem a autorização para realizar a operação de resgate partindo já neste domingo para as Canárias. 

A Aerocamaras vai levar para o terreno drones que são capazes de suportar 24 quilos, sendo “muito estáveis” a transportar cargas. Os modelos que foram desenvolvidos para o transporte de mercadorias até aos navios que atravessam o estreito de Gibraltar ganham agora outra missão, mas os entraves legais não facilitaram as coisas: legalmente um drone não pode transportar (ainda) pessoas ou outros seres vivos.

No Twitter, a empresa galega queixou-se de que os impedimentos legais atrasaram a operação, pondo em causa a vida dos próprios animais. A ideia, que vai ser posta em prática nos próximos dias, passa por levar o drone a fazer um percurso até ao local onde estão os animais presos, soltar uma rede e atrair os cães para dentro dessa rede. O projecto e toda a documentação necessária para a operação já tinha chegado há vários dias ao posto de comando avançado que está a coordenar as operações de evacuação, resgate e salvamento ligadas ao vulcão Cumbre Vieja nas Canárias. 

A actividade vulcânica do Cumbre Vieja não dá sinais de abrandamento, mas nesta fase os drones têm sido um elemento essencial para que o fenómeno geológico seja estudado mais de perto sem meter em risco a segurança de pessoas.