Vacinas contra a covid-19 e a gripe vão ser dadas em simultâneo a partir de segunda-feira

As pessoas que não quiserem ser vacinadas no mesmo dia com os dois fármacos podem optar pela inoculação em dias separados, explica a DGS . As duas vacinas serão administradas em braços diferentes.

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Rui Gaudencio

A terceira dose da vacina contra a covid-19 vai poder ser administrada em simultâneo com a vacina contra a gripe a partir de segunda-feira, acaba de anunciar a Direcção-Geral da Saúde (DGS). 

Mas as pessoas que não quiserem ser vacinadas no mesmo dia com os dois fármacos podem optar pela inoculação em dias diferentes, esclarece a DGS em nota esta sexta-feira divulgada, acrescentando que, nesse caso, “devem informar os profissionais de saúde no dia da vacinação e proceder à marcação de nova data para que seja administrada a segunda vacina”.

Portugal decidiu dar uma dose de reforço da vacina contra a covid-19 a todas as pessoas a partir dos 65 anos, sendo prioritários, porém, os residentes nos lares de idosos e os maiores de 80 anos, cuja imunização já arrancou.

Depois de a Organização Mundial de Saúde (OMS) ter admitido há dias a possibilidade de co-administração das duas vacinas - a aprovação que a autoridade de saúde nacional aguardava para poder avançar neste sentido -, a vacinação em simultâneo, em braços diferentes, vai começar na próxima semana e visa “facilitar a adesão” às campanhas de imunização em curso, explica a DGS, que lembra que este procedimento não é inédito. “A co-administração de outras vacinas é uma prática de vacinação realizada em Portugal e no mundo no âmbito dos Programas Nacionais de Vacinação”.

A DGS garante ainda que esta prática é segura e eficaz. Os dados disponíveis analisados pela comissão técnica de vacinação contra a covid-19 “mostram que existe um perfil de segurança aceitável após a toma de ambas as vacinas” e sugerem igualmente “a manutenção da eficácia de ambas as vacinas, uma vez que, até à data, não existe evidência de alteração da resposta imunológica”, assegura.

A directora-geral da Saúde já tinha explicado que apenas se aguardava a aprovação da OMS para a administração em simultâneo dos dois fármacos, na conferência de imprensa em que foi anunciado que Portugal decidiu dar uma dose de reforço da vacina contra a covid-19 a todas as pessoas a partir dos 65 anos, um universo superior a dois milhões de utentes.

Graça Freitas destacou esta sexta-feira, em declarações à Lusa, que a administração das vacinas em simultâneo ​"facilita, sobretudo, muito a vida dos utentes”, mas reforçou que, se algum preferir separar a vacinação em 14 dias, pode manifestar essa vontade no momento da vacinação. 

No início desta semana, o grupo de peritos que aconselha a OMS nesta matéria considerou “aceitável” a administração em simultâneo dos dois fármacos. “Os dados limitados sobre a co-administração de vacinas inactivadas (produzidas com base em vírus inactivados) contra a gripe sazonal com a da covid-19 não mostraram um aumento de eventos adversos”, justificou o Grupo Consultivo Estratégico de Especialistas em imunização da OMS.

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