Desfile da Louis Vuitton interrompido por ambientalista

A manifestante representava as associações Amis de la Terre France (Amigos da Terra França, em português), Youth for Climate (Jovens pelo Ambiente) e Extinction Rebellion (Rebelião da Extinção) e pretendia consciencializar para o consumo excessivo da indústria da moda.

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Na gigante faixa branca podia ler-se “consumo excessivo = extinção” EPA/YOAN VALAT
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A manifestante percorreu o corredor do Museu do Louvre Reuters/GONZALO FUENTES
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Os segurança retiraram de imediato a manifestante da passerelle Reuters/GONZALO FUENTES
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A manifestante ainda tentou resistir EPA/YOAN VALAT
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A colecção de Primavera/Verão da Louis Vuitton EPA/YOAN VALAT

Parecia um desfile normal da Semana da Moda de Paris, no Museu do Louvre, esta terça-feira, 5 de Outubro. Na passerelle as modelos desfilavam com as propostas do director criativo da Louis Vuitton, Nicolas Ghesquière, para a próxima Primavera/Verão. Subitamente, entre as modelos surge uma activista ambiental com um cartaz que condenava o consumo excessivo da indústria da moda.

Na gigante faixa branca podia ler-se “consumo excessivo = extinção”. A manifestante representava as associações Amis de la Terre France (Amigos da Terra França, em português), Youth for Climate (Jovens pelo Ambiente) e Extinction Rebellion (Rebelião da Extinção) e fez o mesmo percurso das modelos, percorrendo a passerelle.

O objectivo que pretendia foi, certamente, concretizado — segundo informou uma testemunha à Reuters, o incidente gerou o tumulto entre o público. Aliás, entre quase todo o público. Na fila da frente, as actrizes Catherine Deneuve e Isabelle Huppert nem pestanejaram. Enquanto alguns membros do clã Arnault (donos do grupo LVMH, a que pertence a Louis Vuitton), sentados ao lado do presidente e director executivo Bernard Arnault, apenas trocaram alguns olhares.

A equipa de segurança rapidamente deteve a manifestante, deitando-a no chão e levando-a, de seguida, para fora da passerelle. O incidente pareceu nem afectar o ritmo das modelos que percorriam o corredor da sala do museu do Louvre, ao som da música dramática e alternativa tocada pelo órgão. Todo o desfile teve um sentimento punk subjacente, com as mangas dos casacos rasgadas e acessórios arrojados como botas de combate (uma das tendências mais badaladas) e acessórios para a cabeça em latão.

Interromper o desfile da Louis Vuitton, parte de um dos mais importantes conglomerados da moda de luxo, foi uma forma de atrair atenção para o problema do consumo excessivo, admite a Amis de la Terra France. “A LVMH é a líder mundial do sector de luxo e tem uma responsabilidade no que toca ao ditar de tendências que pressionam constantemente a indústria têxtil a renovar as suas colecções e a produzir mais”, justifica Alma Dufour,porta-voz do grupo, à Reuters.

O desfile foi o ponto final na Semana da Moda de Paris, que decorreu entre 27 de Setembro e 5 de Outubro. Destacaram-se o colorido desfile da Dior nos Jardins das Tulherias e o festival de moda e música organizado pela Balmain, que trouxe de volta as supermodelos à passerelle. Também os criadores portugueses Constança Entrudo, Maria Carlos Baptista e Ricardo Andrez marcaram presença com uma apresentação na Galerie Joseph, na sexta-feira, 1 de Outubro.

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