Sentimento na indústria automóvel alemã “arrefeceu visivelmente” em Setembro

Em causa as dificuldades de fornecimento de produtos intermédios e os receios com a situação financeira da chinesa Evergrand.

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Miguel Manso

O sentimento entre os fabricantes alemães de automóveis e os seus fornecedores “arrefeceu visivelmente” em Setembro, com o indicador IFO correspondente a cair para 13,2 pontos, contra 32,0 pontos em Agosto, anunciou esta segunda-feira o instituto alemão.

Num comunicado, o IFO, salienta que em Julho, o indicador se tinha situado em 52,9 pontos.

“Os últimos números mostram que a indústria automóvel é a mais seriamente afectada pelos estrangulamentos de fornecimento de produtos intermédios”, diz Oliver Falck, director do Centro de Organização Industrial e Novas Tecnologias do IFO.

O único impulso positivo vem do estrangeiro, já que as expectativas de exportação melhoraram significativamente, com o indicador a subir para 34,5 pontos em Setembro, contra 17,0 pontos em Agosto, refere o IFO, adiantando que este factor pode estar a ter um impacto positivo nas expectativas de produção, que aumentaram para 37,4 pontos em Setembro, contra 35,4 pontos em Agosto.

“Contudo, isto não deve esconder o facto de que a incerteza de muitos consumidores na China, devido à crise do promotor imobiliário Evergrande, está a pesar nos fabricantes alemães de automóveis, que agora produzem mais carros na China do que na Alemanha”, diz Falck.

A situação na Alemanha continua crítica, tendo a carteira de encomendas caído de 17,1 pontos em Agosto para 5,3 pontos em Setembro.

Em Julho, o indicador da carteira de encomendas tinha atingido 52,5 pontos.

O indicador da procura diminuiu pela primeira vez desde Maio de 2020, ao cair para -15,7 pontos em Setembro, contra 1,7 pontos em Agosto, adianta o IFO.

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