O Governo prevê investir, até 2025, oito milhões de euros, financiados pelo Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), em obras de requalificação no Palácio Nacional de Mafra, anunciou esta sexta-feira a secretária de Estado Adjunta e do Património Cultural, Ângela Ferreira. O palácio é um dos 47 monumentos e museus tutelados pelo Ministério da Cultura que vão ser intervencionados com fundos do PRR.

"Houve um levantamento feito em 2019 de trabalhos que é necessário fazer, como a substituição de vãos, beneficiação de coberturas, pequenas obras de reabilitação, mas que, face à dimensão do palácio, ascendem a mais de oito milhões de euros”, disse Ângela Ferreira à agência Lusa. Dada a “complexidade das obras e a sua dimensão”, adiantou, o Palácio de Mafra é um dos edifícios em que a intervenção se iniciará mais tarde e cujas obras se vão prolongar por mais tempo. 

A secretária de Estado falava à margem da apresentação dos vencedores do Prémio Internacional de Composição para os seis órgãos históricos do palácio. Na categoria de transcrição de obras para estes instrumentos, o vencedor foi Luís Filipe de Portugal, de Paços de Ferreira, e na categoria de composição original o prémio foi atribuído a Diogo da Costa Ferreira, residente em Mafra, com a peça Écho de la Pensée. 

O concerto de apresentação das composições do concurso, com 22 peças concorrentes, vai decorrer a 17 de Novembro, coincidindo com a data comemorativa do lançamento da primeira pedra da basílica do monumento.

Após várias edições do prémio, foram já compostas, desde 2015, 67 peças inéditas para os seis órgãos do palácio, disse Hélder Sousa Silva, presidente da Câmara Municipal de Mafra, que promove este concurso em conjunto com o Ministério da Cultura.

Datado do século XVIII, o Palácio Nacional de Mafra, mandado construir por D. João V com a riqueza resultante do ouro vindo do Brasil, é um dos mais importantes monumentos representativos do barroco em Portugal.

Possui importantes colecções de escultura italiana, de pintura italiana e portuguesa, e uma biblioteca única, além de dois carrilhões e seis órgãos históricos. Conserva ainda uma enfermaria do século XVIII.

Foi classificado em 1910 como Monumento Nacional e, desde 2019, está classificado como património mundial da humanidade pela organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO).