Maria Filomena Molder vence o Prémio de Ensaio Jacinto do Prado Coelho

O júri considerou o livro premiado, O Absoluto que Pertence à Terra (Edições do Saguão), uma “fulgurante leitura” a partir do pensamento e da escrita de Hermann Broch.

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Maria Filomena Molder LM miguel Manso - publico

O Prémio de Ensaio Ensaio Jacinto do Prado Coelho, da Associação Portuguesa dos Críticos Literários, foi atribuído ao livro O Absoluto que Pertence à Terra, da autoria de Maria Filomena Molder (Edições do Saguão), anunciou esta sexta-feira a organização.

O júri, constituído pelos professores, investigadores, ensaístas e críticos  Cândido de Oliveira Martins, Carlos Mendes de Sousa e Joana Matos Frias, realçou a “fulgurante leitura que esta obra apresenta a partir do pensamento e da escrita de Hermann Broch”, autor austríaco que viveu entre 1886 e 1959.

O prémio, no valor pecuniário de 4 mil euros, é relativo a obras publicadas no ano passado.

Em comunicado, a associação afirma que “o júri pretendeu distinguir um dos mais extraordinários nomes do nosso ensaísmo, que prossegue, neste livro, um apaixonado exercício de indagação filosófica num permanente diálogo com a poesia, reflectindo sobre os limites do pensamento e da linguagem, em múltiplas direcções, como uma fuga no sentido musical”.

No ano passado, o prémio foi atribuído ex aequo às obras Camões por cantos nunca dantes navegados, de Nuno Júdice, e Assim nasceu uma língua, de Fernando Venâncio.

Maria Filomena Molder é professora catedrática da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa e, em 2018, venceu o Prémio P.E.N. Clube 2018 para Ensaio, com a obra Dia Alegre, Dia Pensante, Dias Fatais.

A investigadora já recebeu outros prémios, designadamente, dois outros P.E.N. Clube Ensaio, em 2000, com Semear na Neve. Estudos sobre Walter Benjamin e, em 2012, com O Químico e o Alquimista. Benjamin, Leitor de Baudelaire.

Em 2017, com Rebuçados Venezianos, venceu o Prémio Associação Internacional de Críticos de Arte/Fundação Carmona e Costa.

Filomena Molder doutorou-se em 1992 com uma tese intitulada O Pensamento Morfológico de Goethe, publicada em 2015 pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Membro do Instituto de Filosofia da Linguagem, da Nova, e do Groupe International de Recherches sur Nietzsche, fez parte do Conselho Científico do Collège International de Philosophie, de Paris, de 2003 a 2009.

Maria Filomena Molder tem várias obras publicadas e tem escrito para catálogos e outras publicações sobre arte e artistas, portugueses e estrangeiros, entre os quais Jorge Martins, Rui Chafes, Helena Almeida, Ana Vieira, Julião Sarmento, Rui Sanches, José Pedro Croft, Bernard Plossu, Juan Muñoz, Noronha da Costa, Antony Gormley, Francisco Tropa, Amadeo de Souza-Cardoso e Alberto Giacometti.

Molder foi co-autora e apresentadora do programa radiofónico Ruas de sentido único, emitido pela RTP-Antena2, entre Maio e Julho de 2019, actividade do projecto Fragmentação e Reconfiguração: a experiência da cidade, entre arte e filosofia, apoiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia, do qual é coordenadora.

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