Britney Spears tinha todas as chamadas e mensagens controladas pelo pai, denuncia um documentário do New York Times

O advogado da artista propôs que a conservadoria, que controla a sua vida pessoal e profissional, assim como as suas finanças, seja retirada ao pai de imediato. Cantora volta a tribunal esta semana.

Foto
Há 13 anos que Britney Spears é controlada pelo pai, tanto a nível pessoal como profissional Reuters/Ina Fassbender

Uma empresa de segurança contratada pelo pai de Britney Spears monitorizou as chamadas telefónicas e as mensagens trocadas pela cantora durante a conservadoria decretada por tribunal em 2008, sob a qual Britney Spears vive desde então. A denúncia é feita num novo documentário com o selo do New York Times, que estreou na sexta-feira.

Em Controlling Britney Spears, Alex Vlasov, um antigo funcionário da Black Box Security, que trabalhou com a equipa da cantora durante quase nove anos, disse que a empresa espelhava o telemóvel da artista num iPad, fazendo login na sua conta iCloud. Um dispositivo de escuta foi também montado no quarto da cantora, adiantou Vlasov.

Quando Vlasov questionou a monitorização, foi-lhe dito que as comunicações de Britney Spears foram revistas “para sua própria segurança e protecção” e que o tribunal que supervisionava a conservadoria estava “ciente disso”, tal como a sua advogada na altura. A monitorização incluiu conversas entre Britney Spears e o seu advogado, Sam Ingham, sendo que algumas terão sido encriptadas para que pudessem ser enviadas ao pai, Jamie Spears, e a um empregado de uma empresa de gestão de negócios que o pai tinha contratado.

A advogada de Jamie Spears, Vivian Thoreen, não comentou a acusação de Vlasov, mas alegou que todas as acções do seu cliente “estavam dentro dos parâmetros da autoridade que lhe foi conferida pelo tribunal” e “foram feitas com conhecimento e consentimento de Britney, do seu advogado nomeado pelo tribunal e/ou do tribunal”.

“O registo de Jamie como conservador — e a aprovação pelo tribunal das suas acções — falam por si”, acrescentou a causídica, dizendo que Jamie Spears tinha ajudado a sua filha a reabilitar a sua carreira e a melhorar a sua situação financeira.

Um advogado da Black Box Security enviou uma declaração, apresentada no documentário: “O sr. Yemini [Edan Yemini, presidente da empresa de segurança] e a Black Box sempre se guiaram nos limites profissionais, éticos e legais, e estão particularmente orgulhosos do seu trabalho de manter a sra. Spears em segurança durante muitos anos.”

o novo advogado de Britney, Mathew Rosengart, informou, numa declaração, que iria investigar as novas alegações. “Interceptar ou monitorizar as comunicações de Britney, especialmente as comunicações sacrossantas advogado/cliente, representa uma violação vergonhosa e chocante da sua privacidade e liberdades civis”, disse, considerando ainda que a colocação de um dispositivo de escuta no quarto de Britney foi “particularmente vergonhosa”.

Fim da conservadoria à vista?

O fim incondicional e definitivo do envolvimento de Jamie Spears na conservadoria que mantém Britney Spears refém há 13 anos foi exigido por Mathew Rosengart, na última semana. A dias de regressar a tribunal (a próxima audiência está agendada para quarta-feira, dia 29), o advogado apelou ao Tribunal Superior de Los Angeles para que o pai da cantora seja retirado de imediato, sendo nomeado um substituto temporário para concluir o acordo.

“A sra. Spears procurará a nomeação de um conservador temporário para substituir o do sr. Spears até que a conservadoria seja completa e inevitavelmente encerrada neste Outono”, lê-se nos documentos apresentados.

E, tendo em conta as declarações de Jamie Spears no início do mês, que referiu apoiar o fim da conservadoria, é muito provável que os magistrados apoiem o pedido de Britney.

No entanto, é expectável que até ao momento do início da audiência haja novidades, já que na véspera a Netflix estreia um outro documentário, Britney vs Spears, em que são abordados os interesses financeiros na base da conservadoria. Afinal, a cantora tem um valor estimado, entre activos e passivos, de mais de 60 milhões de dólares (51,3 milhões de euros), segundo a Forbes.

Sugerir correcção
Ler 1 comentários