A perversidade da “lição” à Galp

Se a declaração de António Costa foi reflectida, é um manifesto eloquente de uma certa forma de encarar a relação entre a iniciativa privada e o poder político: o Governo manda e quem não obedecer leva.

Pode ter sido um acto falhado, uma frase desbragada no calor da campanha eleitoral, mas a “lição” que António Costa prometeu dar à Galp por supostas culpas no caso da refinaria de Matosinhos aprofunda um retrato sombrio do país. Ao dizer que a empresa “tem de levar uma lição”, ao fazer notar que essa lição tem de ser “exemplar”, António Costa põe o Governo no papel do mestre-escola sempre atento a punir os alunos distraídos ou relapsos. Se a declaração foi reflectida, é um manifesto eloquente de uma certa forma de encarar a relação entre a sociedade civil e a iniciativa privada e o poder político: o Governo manda e quem não obedecer leva.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Ler 39 comentários