Moedas acusa Medina de ter “um socialismo nocivo para os lisboetas”

No arranque da campanha, o candidato da coligação Novos Tempos recebeu o apoio de Adolfo Mesquita Nunes e Isabel Díaz Ayuso, presidente da Comunidade Autónoma de Madrid. E quase lhe seguiu o lema: “Socialismo ou liberdade.”

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Carlos Moedas contou com o apoio da líder da câmara de Madrid LUSA/MANUEL DE ALMEIDA

Carlos Moedas não foi à rua no primeiro dia de campanha eleitoral, mas teve casa cheia no Teatro da Trindade, onde realizou um comício à moda antiga. Mesmo à moda antiga: com praticamente todas as cadeiras ocupadas por apoiantes, devidamente munidos de bandeiras e máscaras a condizer, discursos e palavras de ordem.

Mas se a lotação remetia para o passado, a banda sonora escolhida foi a puxar para a discoteca. O candidato da coligação Novos Tempos à Câmara de Lisboa entrou na sala ao som de Busy Earnin’, dos Jungle, e despediu-se com Heroes, de David Bowie, com a plateia em peso a dançar e a cantar o seu nome.

O discurso de Moedas contribuiu para o entusiasmo. “O socialismo de Fernando Medina é nocivo para os lisboetas”, disparou em dado momento, argumentando que nestas autárquicas não está só em causa pôr fim a 13 anos de governação PS em Lisboa, mas criar uma onda que se estenda a todo o país. “É uma escolha clara entre mais do mesmo ou então abrir aqui uma esperança para os nossos filhos. Para Lisboa e para o país. Já são muitos anos.”

As palavras colam com as de Isabel Díaz Ayuso, presidente da Comunidade Autónoma de Madrid pelo Partido Popular, que apareceu em vídeo para dizer que “é preciso libertar Lisboa das políticas socialistas fracassadas”, retomando o slogan que a conduziu a uma vitória clara no seu país: “Socialismo ou liberdade.”

Seguindo a deixa, Carlos Moedas acusou Medina de ter “um socialismo de facção”, que “privilegia uns em detrimento de outros”, marcado por “arrogância, prepotência, falta de transparência e, sem dúvida, impunidade”. E dramatizou no apelo ao voto: “A alternativa somos nós. Se querem mudar, só podem votar Novos Tempos, somos os únicos que podemos fazer a mudança.”

Com o ex-ministro e vice-presidente do PSD, Nuno Morais Sarmento, na plateia, o candidato escolhido por Rui Rio voltou a prometer “devolver 32 milhões de euros de impostos aos lisboetas”, transportes públicos gratuitos para jovens e idosos e um plano de saúde. “O importante na saúde é ter acesso, não é se ela é pública ou privada”, afirmou. Também disse que os jovens vão “poder viver em Lisboa” e “podem sonhar em Lisboa”, mas foi tudo o que se lhe ouviu sobre habitação.

Antes dele, a candidata à presidência da assembleia municipal subiu ao palco ao som de Metronomy, para também atirar ao actual presidente da câmara e recandidato pelo PS: “O que nós não queremos é mais socialismo com aquilo que lhe está agarrado: o compadrio, os esquemas, os processos em tribunal”, disse Isabel Galriça Neto. A ex-deputada do CDS afirmou que todos no Trindade são “co-responsáveis por aquilo que vai acontecer em Lisboa” e pediu aos apoiantes que convençam três lisboetas a votar Moedas, que esses três convençam outros três e assim sucessivamente.

Resta ver se haverá onda de mudança. Pedro Simas, o virologista que integra a lista da vereação, está convicto de que sim. “Com o mesmo entusiasmo com que olho por um microscópio e com o mesmo entusiasmo com que faço uma onda na Ericeira… é esse o entusiasmo com que vou votar no Carlos Moedas”, declarou, arrancando uma salva de palmas.

A campanha de Moedas segue na quinta-feira depois do último debate televisivo, que se realiza nesta quarta-feira à noite na RTP.

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