PSD e CDU criticam Costa por se aproveitar dos “milhões” da bazuca na campanha

Catarina Martins defende que uma maioria absoluta de Medina em Lisboa impede “soluções diferentes” para a cidade.

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Rui Rio passou a primeira manhã de campanha na Guarda LUSA/JOSÉ COELHO

O líder do PSD começou esta terça-feira a campanha oficial com críticas à forma como António Costa “mistura” as funções de primeiro-ministro e de líder do PS ao fazer campanha em torno do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR). O secretário-geral do PCP também condena as “promessas milionárias” do PRR, mas por outros motivos.

Na Guarda, Rui Rio considerou que “a base da campanha” de António Costa é anunciar a distribuição de “milhões do PRR”, sendo que depois os candidatos do PS assumem ter boas relações com o Governo, o que lhes permite canalizar dinheiro para o município. “Não é correcto misturar na campanha a função de primeiro-ministro com a de secretário-geral do PS”, reiterou aos jornalistas num café onde esteve ao lado do candidato social-democrata, depois de a comitiva ter sido obrigada a alterar os planos da campanha por causa da chuva intensa que se fazia sentir de manhã.

Depois, após uma visita ao centro comercial local, o líder social-democrata foi desafiado a falar sobre as perspectivas do PSD em torno das eleições autárquicas à luz dos jogos sociais. “É mais fácil ganhar estas eleições do que o euromilhões apesar de tudo, mesmo com a distância que o PS tem do PSD, uma distância enorme”, afirmou, referindo-se às 161 autarquias lideradas pelos socialistas, contra as 98 sociais-democratas.

Outra voz crítica à forma como António Costa tem usado o PRR nos discursos é a de Jerónimo de Sousa, que acusou o primeiro-ministro de usar o dinheiro da bazuca como “cenoura” para transferir encargos para as autarquias. “O PS agita-se agora em promessas de milhares de milhões para chantagear os eleitores, mas se há dinheiro - e há -, então que se dê respostas aos problemas das populações e se efectivem os seus direitos. E que não se use o dinheiro como cenoura para transferir encargos para as autarquias, reduzindo, de facto, no plano nacional o financiamento e o investimento público que cabe ao Estado”, sustentou.

No primeiro dia de campanha oficial, o secretário-geral do PCP esteve em Moura, onde o Chega obteve uma elevada votação nas presidenciais e onde André Ventura é candidato à assembleia municipal, mas Jerónimo de Sousa desvalorizou o partido. “É um exagero considerar que essa força política tem essa abrangência, disse, afastando-se dos “populismos exacerbados”.

A coordenadora do BE escolheu uma visita às casas do programa de renda acessível em Lisboa para deixar um alerta contra uma eventual maioria absoluta de Fernando Medina na câmara. Com “uma maioria absoluta do PS, soluções diferentes que podem resolver problemas estruturais da cidade não vão para a frente”, advertiu Catarina Martins ao lado de Beatriz Gomes Dias, depois de, durante a manhã, ter estado nas oficinas ferroviárias da CP, no Entroncamento, onde defendeu a descida do preço dos passes sociais em todo o país, à semelhança do que aconteceu na Área Metropolitana de Lisboa.

Lisboa, mais precisamente a freguesia de Alvalade, foi também a escolha de João Cotrim Figueiredo, líder da Iniciativa Liberal, para o primeiro dia de campanha oficial. Ao lado do candidato, Bruno Horta Soares, ouviu queixas de muitos moradores sobre o estacionamento. À margem, Cotrim de Figueiredo disse aos jornalistas concordar com a solução do Governo sobre o aeroporto. “Eu queria dizer-vos, aqui, talvez para surpresa de alguns, que estamos de acordo com a posição do Governo relativamente ao aeroporto. Defendemos a solução Portela + Montijo”, disse, defendendo que é a solução “mais rápida e mais económica”.

A cidade de Lisboa é também uma das apostas do PAN, que escolheu o dia de ontem para apresentar o programa eleitoral para o município governado pelo PS. Inês Sousa Real, líder do partido, disse ter “boas perspectivas” nas autárquicas também em Aveiro, Cascais, Porto e Almada.

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