Festival Circular retoma modelo tradicional e apresenta estreias

De 18 a 25 deste mês, Vila do Conde recebe criadores como João Pais Filipe ou Eduardo Luís Patriarca, Volmir Cordeiro ou o colectivo espanhol Los Detectives.

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Pienso Casa, Digo Silla encerra o festival no dia 25 DR

A edição deste ano do Circular – Festival de Artes Performativas de Vila do Conde retoma o modelo tradicional, depois de algumas contingências em 2020, devido à pandemia de covid-19, apresentando várias estreias absolutas. Desse lote de novidades fazem parte os espectáculos de dança Calçada, do coreógrafo brasileiro Volmir Cordeiro, cuja exibição no Circular tinha sido cancelada no ano passado, ou a apresentação de um trabalho do também coreógrafo Raul Maia, intitulado A Fala da Racha.

O festival, que se realiza entre 18 e 25 de Setembro, em vários espaços culturais de Vila do Conde, ainda funcionará, segundo a organização, com a lotação das salas reduzida para metade, para continuar a com cumprir todas normas de segurança impostas pela Direcção-Geral da Saúde (DGS). As regras actuais permitem que a ocupação se estenda até aos 75%.

“Em 2020 tivemos sorte de conseguir cumprir o festival, porque a situação nessa altura estava mais aliviada. Mas foi uma edição muito desafiante, com algumas hesitações, mas que nos deu experiência e nos permite encarar este ano com mais confiança e segurança”, explicou Paulo Vasques, que partilha a direcção artística do evento com Dina Magalhães. O responsável lembrou que já na edição anterior sentiu o público “ávido por voltar a ver espectáculos ao vivo e socializar”, acreditando que a premissa se manterá este ano, mesmo com a imposição das regras de segurança sanitária na utilização dos equipamentos culturais, nomeadamente o uso de máscara.

“Espero que as pessoas possam aderir com ainda mais confiança ao festival. As medidas são rigorosas, não é preciso ter receios. É preciso estimular esse encontro, para que as pessoas possam continuar a usufruir da cultura com segurança”, acrescentou Paulo Vasques.

A programação do Circular inclui um conjunto de espectáculos e propostas artísticas nas áreas da dança, da música, do teatro, da performance e das artes visuais, mas abre também um espaço para a reflexão e o pensamento.

O festival arranca com Membrana, exposição acompanhada por uma apresentação musical que junta fotografias e vídeos de Mónica Batista e estruturas sonoras de João Pais Filipe, inspirada na residência artística que ambos fizeram no Uganda. Ainda no âmbito da música, o mesmo João Pais Filipe e a italiana Valentina Magaletti, ambos percussionistas, vão apresentar seu projeto CZN, com sintetizadores do produtor Leon Marks.

No segundo fim-de-semana do Circular está agendada uma performance de Clara Amaral que privilegia o gesto e a fala, numa sessão limitada a cinco pessoas que se repetirá diversas vezes, intitulada She gave it to me i got it from her.

Destaque ainda para o lançamento do CD Peixinho Patriarca Percussão, projecto de Eduardo Luís Patriarca que interpreta o trabalho de Jorge Peixinho (1940-1995), e para uma conferência da filósofa Maria Filomena Molder, professora catedrática da Universidade Nova de Lisboa.

O fecho do festival estará a cargo de colectivo feminino espanhol Los Detectives, que apresenta peça de humor Pienso Casa, Digo Silla.

O preço dos bilhetes para os espectáculos está fixado em cinco euros e podem ser adquiridos nos equipamentos culturais de Vila do Conde e nas plataformas online.

O Festival Circular, que este ano tem um orçamento de 80 mil euros, conta com o patrocínio da Câmara Municipal de Vila do Conde e é financiado pela Direcção-Geral das Artes.

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