O labirinto das reformas: Adriano Moreira e a resposta política à Guerra Colonial

Depois de ter sido lançado por Salazar como ministro do Ultramar e perante a escalada de acções independentistas violentas no Norte de Angola, no início de 1961, Adriano Moreira fez aprovar um conjunto de medidas legislativas para tentar inverter o rumo dos acontecimentos. Foi há 60 anos. E foi em vão.

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Adriano Miranda

No ano de todos os desafios à ordem colonial portuguesa, Adriano Moreira impôs-se como uma das figuras emblemáticas da contra-ofensiva desencadeada por Salazar no rescaldo do golpe falhado de Botelho Moniz, em abril de 1961. Através de um conjunto vasto de iniciativas legislativas, o então jovem ministro do Ultramar (n. 1922) procurou restituir espaço de manobra a um regime acossado em várias frentes. Nos seus discursos, e depois em ensaios, textos memorialísticos e entrevistas concedidas ao longo de toda uma vida (sobretudo depois de 1974), procurará defender o seu legado, apresentando-o como uma tentativa — mal sucedida, em parte porque “sabotada” por dentro — de trilhar um caminho alternativo. Como diria mais tarde, Salazar revelou-se avesso a compromissos de qualquer espécie, insensível à ideia de que reformas feitas a tempo poderiam prevenir a “orgia da violência” das revoluções.

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