DGS diz que máscara continuará a ser recomendada em eventos no exterior e no recreio das escolas

Grupo de Epidemiologia da Direcção-Geral da Saúde foi ouvido na manhã desta quarta-feira no parlamento sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras, na sequência de um requerimento do PSD. Autoridade da saúde deverá continuar a recomendar uso da máscara no exterior em situações específicas.

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“Cada um de nós deve continuar a ser portador de uma máscara e em caso de necessidade deve colocá-la”, afirmou Graça Freitas Daniel Rocha

A directora-geral da Saúde, Graça Freitas, disse esta quarta-feira que a utilização da máscara continuará a ser recomendada pelas autoridades de saúde em alguns contextos concretos, como é o caso dos recreios das escolas e de alguns eventos no exterior.

Isto acontecerá mesmo depois do fim da obrigatoriedade de uso desta protecção na rua e em espaços exteriores, com efeito a partir do próximo dia 12, altura em que termina a vigência da lei da Assembleia da República que, desde 27 de Outubro, obriga ao uso de protecção facial contra a covid-19 na via pública.

O Grupo de Epidemiologia da Direcção-Geral da Saúde (DGS), em que se inclui a directora-geral da Saúde, Graça Freitas, Válter Fonseca, da Coordenador da Comissão Técnica de Vacinação da DGS e Pedro Pinto Leite, especialista da DGS em Saúde Pública, foi ouvido na manhã desta quarta-feira no parlamento sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras, na sequência de um requerimento do PSD.

“Uma das vias possíveis de transmissão indirecta do vírus é por acumulação de aerossóis e essa via é muito menos eficaz no exterior do que no interior. Mas a recomendação vai no sentido de que as aglomerações e os contextos especiais, como no recreio das escolas em que muitos jovens e crianças estejam juntos, nos eventos, e em determinados sítios da própria mobilidade em determinados sítios das cidades onde há aglomerados populacionais, possam constituir uma excepção e possam ter recomendação diferente porque permite o contacto directo e próximo entre pessoas e, portanto, permite a transmissão”, disse a directora-geral.

A responsável sublinhou ainda que é importante “a mobilização social e a ética dos cuidados individuais de cada um” e avançou que a recomendação sobre o uso de máscara está a ser actualizada.

“Cada um de nós deve, apesar de tudo, continuar a ser portador de uma máscara e em caso de necessidade deve colocá-la”, afirmou Graça Freitas na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social, onde foi ouvida a pedido do PSD sobre a obrigatoriedade do uso de máscaras.

O requerimento do grupo parlamentar do PSD para uma audição urgente dos especialistas da DGS, apresentado a 21 de Agosto, foi aprovado esta terça-feira na Comissão Eventual para o acompanhamento da aplicação das medidas de resposta à pandemia da doença covid-19 e do processo de recuperação económica e social.

No requerimento, o grupo parlamentar do PSD sustenta que a decisão sobre a manutenção ou fim do uso de máscara “não é exclusivamente do foro político, uma vez que pode ter consequências para a saúde pública, pelo que deve ser tomada com sustentação científica”.

Nesse sentido, pediu a audição dos peritos da DGS que têm participado nas reuniões do Infarmed, “que têm contribuído para sustentar cientificamente a tomada de decisão política do Governo”.

O pedido do PSD surgiu um dia depois de a ministra da Presidência, Mariana Vieira da Silva, ter afirmado que o fim do uso obrigatório de máscara nos espaços públicos seria decidido na Assembleia da República. Com Lusa

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