Kiarostami e o enigma que não se quer revelar

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Nuno Ferreira Santos

A Palma de Ouro para Wild at Heart em 1990 marcou o início da última década em que o cinema de autor conciliou com regularidade prestígio e popularidade, assentes na descoberta ou na reconfirmação do trabalho de cineastas que se mantiveram relevantes, alguns até hoje. Ficando somente por Cannes e por uma escolha limitada de nomes, tivemos Zhang Yimou, Krzysztof Kieślowski, Lars von Trier, Abel Ferrara, André Téchiné, Mike Leigh, Nanni Moretti, Quentin Tarantino, Aki Kaurismäki, Michael Haneke, David Cronenberg, Wong Kar Wai. O iraniano Abbas Kiarostami (1940-2016) merece posição de relevo entre as principais referências surgidas para o mundo nesse período, sendo Zire darakhatan zeyton (Através das Oliveiras, 1994) o seu primeiro título a integrar a competição principal de Cannes. É também aquele que encerra a trilogia de Koker, editada em Blu-ray e DVD em 2019 pela norte-americana Criterion, e um ano depois em França pela Potemkine Films: esta com análises detalhadas do crítico Alain Bergala. A edição que possuo é a menos dispendiosa das duas, com legendas em francês, que me permitiu reavivar as memórias da absolutamente fascinante e incontornável e rara sequência de três milagres cinematográficos.

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