Gouveia e Melo: imunidade de grupo só depois de 85% da população vacinada

O actual coordenador da task force responsável pelo plano nacional de vacinação contra a covid-19 explica que a imunidade de grupo não é certa. Se for atingida, no entanto, é acima das 85% de pessoas vacinadas.

Foto
O coordenador da task force pediu aos portugueses para não abdicarem de cuidados durante as férias Rui Gaudencio

O vice-almirante Gouveia e Melo, actual coordenador da task force responsável pelo plano de vacinação contra a covid-19, nota que a imunidade de grupo em Portugal poderá ser atingida quando 85% da população estiver vacinada. No entanto, não é certo que isto aconteça.

“Não se tem a certeza que se atingirá a imunidade de grupo”, salientou Gouveia e Mela, em declarações ao Telejornal da RTP esta quinta-feira. “Mas se for atingida, é acima dos 85% [de pessoas vacinadas]”, continua. Isto deve acontecer “entre a terceira semana e a quarta semana de Setembro.”

O vice-almirante participou em várias entrevistas durante a noite de quinta-feira, no mesmo dia em que Portugal atingiu o marco de 70% da população vacinada. Há uns meses, o valor era apontado como a meta para atingir a imunidade de grupo. Gouveia e Melo explica que a ideia foi ultrapassada devido à variante Delta, mais contagiosa.

O coordenador da task force aproveitou para apelar aos portugueses para não descurarem os cuidados durante as férias. “O vírus não tira férias e gosta das férias dos portugueses”, frisou.

Taxa de óbito 100 vezes inferior

Numa entrevista posterior à SIC Notícias, Gouveia e Melo destacou a eficácia da vacina. “A taxa de óbito [para a covid-19] é 100 vezes inferior em pessoas vacinadas”, sublinhou o vice-almirante. “Não é duas vezes, é 100 vezes”, reforçou. “Mesmo nas pessoas mais idosas e vulneráveis

O responsável pela task force elogiou, também, a adesão dos jovens à vacinação. No entanto, o foco não é criar mais eventos com DJs para atrair os mais novos. “A vacinação não é uma diversão”, disse Gouveia e Melo notando que os resultados positivos da vacina devem ser motivação suficiente.

Questionado sobre protestos anti-vacinas de sábado à noite, Gouveia e Melo recorda que “as pessoas têm o direito a manifestar-se” e que “ninguém é obrigado a vacinar-se.” Mas sublinha: “A verdade é que as vacinas têm mostrado resultados muito eficazes.”

Esta quinta-feira, o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, condecorou o vice-almirante Gouveia e Melo com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Avis.

Sugerir correcção
Comentar