Taliban matam director de comunicação do Governo afegão

Dawa Khan Menapal tinha como função fazer passar a mensagem das autoridades de Cabul na guerra de informação e propaganda contra o movimento fundamentalista islâmico.

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Um atirador especial afegão protege a residência do Presidente Ashraf Ghani Reuters/STRINGER

Os taliban assassinaram, esta sexta-feira, o principal responsável pela comunicação do Governo do Afeganistão, numa acção descrita pelo representante dos EUA no país como “uma afronta aos direitos humanos e à liberdade de expressão”.

O movimento fundamentalista islâmico assumiu a responsabilidade pelo assassínio de Dawa Khan Menapal, o responsável máximo do Centro de Informações e Media do Governo. Num comunicado citado pela agência Reuters, um porta-voz disse que Menapal "foi morto num ataque especial e foi punido pelas suas acções”.

Um funcionário do Ministério do Interior disse que o responsável de comunicação “foi morto pelos terroristas selvagens" durante as orações de sexta-feira.

“Ele era um jovem que combatia a propaganda inimiga e que sempre foi um grande apoiante do Governo afegão”, disse Mirwais Stanikzai, porta-voz do Ministério do Interior, citado pela agência Reuters.

O assassínio de Menapal é o mais recente numa série levada a cabo pelo grupo islâmico para enfraquecer o Governo eleito, apoiado pelos EUA e pela União Europeia.

Dezenas de activistas, jornalistas, juízes e figuras públicas que lutavam para manter um regime islâmico mais liberal foram mortos por combatentes taliban, numa tentativa de silenciar vozes dissidentes num país dilacerado pela guerra.

No Twitter, o encarregado de negócios dos EUA no Afeganistão, Ross Wilson, mostrou-se triste e indignado com o assassínio de Menapal, a quem chamou de amigo e elogiou por “fornecer informações verdadeiras a todos os afegãos”.

“Estes assassínios são uma afronta aos direitos humanos e à liberdade de expressão dos afegãos”, disse Wilson.

Na terça-feira, os combatentes taliban assassinaram Amir Mohammad Malikzai Wardak, o governador do distrito de Sayed Abad, na província de Maidan Wardak.

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