Pichardo avança para a final do triplo salto, no adeus de Évora e Pereira aos Jogos

Portugal terá apenas um representante na final do triplo salto dos Jogos Olímpicos de Tóquio.

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Pedro Pablo Pichardo Reuters/ATHIT PERAWONGMETHA

Pedro Pablo Pichardo qualificou-se sem grandes dificuldades para a final do triplo salto nos Jogos Olímpicos de Tóquio. O saltador do Benfica foi mesmo o melhor das qualificações, com um segundo salto a 17,71m, bem acima da marca pedida (17,05m).

Pichardo foi o único dos três portugueses a apurar-se para a final. Tiago Pereira falhou a qualificação para a final. O melhor que conseguiu foi um segundo salto a 16,71m. Para Nélson Évora foi um último dia olímpico bastante penoso. O grande campeão português nunca pareceu confortável na qualificação, evidenciado até algum sofrimento na perna direita. Fez nulo no primeiro salto, depois marcou 15,39m, fechando com outro nulo.

O campeão olímpico de 2008 despede-se assim dos Jogos com uma participação bastante discreta, ele que fez um esforço para cumprir uma quinta participação olímpica – anunciou recentemente que fez uma operação ao menisco 18 semanas antes dos Jogos de Tóquio.

“É o adeus aos Jogos Olímpicos. À carreira, não está em cima da mesa ainda. Aos Jogos é, sem dúvida. Tenho 37 anos e acho que tenho de fazer já um percurso de saída”, sublinhou Nelson Évora, na zona mista do Estádio Olímpico.

“Não tenho nada a provar. Queria divertir-me, o que me deixou mais emocionado foi logo o primeiro ensaio correr como correu e não poder desfrutar da prova”, lamentou.

Terminado o concurso, iniciou as despedidas, com amigos e rivais, na pista nipónica, num reconhecimento que Évora assinalou: “Todos os atletas presentes foram muito respeitosos e muitos aprenderam a saltar com vídeos meus, como eu aprendi com outros mais velhos. Isso vale mais do que qualquer medalha”.

“As medalhas dão estatuto, mas o respeito de todos para mim foi muito reconfortante. [Will Claye] É um superatleta, super-talentoso. Temos os nossos piques nas provas, respeitamo-nos todos. O desporto não é uma guerra, é uma competição. É contra nós mesmos, respeitando o adversário, depois das provas somos todos amigos, uns mais que outros. O Claye deu-me um abraço muito forte [enquanto é abraçado por um atleta francês que se despede com a expressão “champion"].

Questionado sobre se o também português Pedro Pablo Pichardo, que terminou a qualificação no primeiro lugar, com 17,71m, o cumprimentaria se estivesse na pista na altura, Évora garantiu que não.

“Não sei porquê, não por mim, mas não teria de ser eu a abraçá-lo. O Pichardo há-de aprender com a vida. Espero que tudo lhe corra muito bem”, concluiu.

Nelson Évora chegou aos seus quartos Jogos Olímpicos, depois do ouro em Pequim 2008, do sexto lugar no Rio 2016 e do 40.º posto em Atenas 2004, tendo 15,93 metros como melhor marca do ano.

O campeão da Europa em pista coberta, em 2015 e 2017, e ao ar livre, em 2018, tem como recorde pessoal 17,74m, alcançados em Osaka, no Japão, onde se sagrou campeão do mundo, em 2007.

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