Centenas de adolescentes vacinados na Madeira, antes mesmo da hora prevista

Região Autónoma arrancou com a vacinação para jovens entre os 12 e os 17 anos. Adesão à “casa aberta” surpreendeu as autoridades regionais de saúde.

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A Madeira é a primeira região do país a começar a inocular a partir dos 12 anos LUSA/HOMEM DE GOUVEIA

Ainda antes da hora marcada, já 300 jovens entre os 12 e os 17 anos tinham sido vacinados contra a covid-19 no Funchal. A Madeira é a primeira região do país a começar a inocular a partir dos 12 anos. O arranque do processo tinha sido anunciado para as 13 horas deste sábado, no Centro de Vacinação do Funchal, em modo “casa aberta”, mas quando as portas abriram, às 9h, já estavam centenas de jovens na fila. Não foram mandados para trás.

E o secretário regional da Saúde e Protecção Civil, Pedro Ramos, não podia estar mais satisfeito com a adesão verificada. “Naturalmente estamos todos muito satisfeitos, porque a Madeira deu um sinal de maturidade”, disse aos jornalistas presentes no centro de vacinação, onde pela primeira vez começaram a ser inoculados jovens a partir dos 12 anos com a vacina da Pfizer. Algo que no continente está reservado aos jovens com comorbilidades, no escalão 12-15 anos.

“Os nossos jovens são muito importantes para nós. Constituem o nosso futuro e têm necessariamente de estar protegidos, como a restante população”, continuou vincando que a vacina da Pfizer é recomendada pela Agência Europeia de Medicamento e pelas autoridades de saúde norte-americanas. “Nós estamos apenas a validar aquilo que 27 países europeus já estão a fazer”, continuou, desvalorizando o facto de a decisão não estar em linha com a Direcção-Geral de Saúde (DGS).

Não é novidade, notou Pedro Ramos. Desde o início da pandemia que as autoridades regionais de saúde e a DGS têm decidido diferentes velocidades. Foi assim, quando o Funchal começou mais cedo com o controlo de temperatura à entrada dos edifícios públicos. Foi assim, quando a região autónoma recomendou a utilização de máscaras, seis meses antes de se tornar obrigatório no resto do país. Foi assim quando começou a exigir teste na origem para quem viaja para a Madeira, ou quando arrancou a vacinação dirigida a grupos prioritários. “Não é uma decisão contra a DGS, apenas uma opinião diferente de acordo com as orientações internacionais”, sublinhou o secretário regional, ressalvando que não está em causa a vacinação crianças, embora mesmo essas, as que têm menos de 11 anos com comorbilidades, devem também ser vacinadas.

“São jovens adolescentes. Que querem estar com os amigos. Um grupo com grande mobilidade, mas que respeita os distanciamentos, usa máscara, e está aqui num grande sinal de maturidade”, elogiou, considerando a vacina como mais “uma arma” contra a pandemia. “Já vimos que elas não vão deixar de se infectar, mas com menos gravidade. Vamos ter menos internamentos, vamos ter menos crianças nos cuidados intensivos, e vamos ter menos bolhas de disseminação”, afirmou, anunciando mais dias de “casa aberta” para continuar a vacinar esta faixa etária.

Mafalda Freitas, 17 anos, foi um desses jovens, que quis chegar mais cedo. “Quando cheguei era meio-dia e meia, e já tinha muita gente”, diz ao PÚBLICO, sentada na zona de espera pós-vacinação. “Era a única em casa que não tinha sido vacinada. Agora já não sou”, acrescenta, dizendo que não hesitou quando foi anunciada essa possibilidade. “Vou de férias mais tranquila.”

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