Novo pólo empresarial de Loures está a surgir entre Moscavide e Sacavém

Edifício devoluto há anos tem projecto aprovado para receber 3000 trabalhadores e nas redondezas perspectivam-se investimentos de várias empresas.

bernardino-soares,camara-loures,loures,local,lisboa,transportes,
Fotogaleria
Rui Gaudêncio
bernardino-soares,camara-loures,loures,local,lisboa,transportes,
Fotogaleria
Rui Gaudêncio
bernardino-soares,camara-loures,loures,local,lisboa,transportes,
Fotogaleria
Rui Gaudêncio

É um esqueleto de betão enorme onde as grades velhas abanam com o vento e contrasta com o núcleo compacto e colorido de Moscavide, mesmo ali ao lado. A obra parou há uma década e o que era para ser uma superfície comercial tornou-se em devoluto pouco agradável para quem passa. Agora existe um projecto para alterar esta paisagem, que o presidente da Câmara de Loures diz ser “um buraco no tecido urbano”.

Bernardino Soares visitou esta quarta-feira o local que a partir de 2023 poderá receber até 3000 pessoas. O velho esqueleto de 37 mil metros quadrados vai transformar-se num edifício de escritórios e o promotor diz que este “é talvez o primeiro da Grande Lisboa em que há a ideia de que não é só um espaço de trabalho”. Henrique Silva, da Norfin, que representa a gestora de fundos Orion, afirmou que se trata de um projecto “para uma nova época”.

Situado nas traseiras do Comando Metropolitano da PSP, o edifício terá “três grandes pátios centrais e seis sub-pátios, o que lhe vai permitir ter luz e ventilação natural”, explicou Bruno Pereira, do atelier Saraiva e Associados. A abertura de varandas, a criação de uma cobertura utilizável pelos trabalhadores e a colocação de vegetação pelo imóvel são características que diferenciam o projecto, acredita o arquitecto, e que estiveram na origem dos “muitos contactos” que a Norfin já recebeu, acrescentou Henrique Silva.

Foto
Perspectiva 3D de como ficará o grande edifício depois das obras Rui Gaudêncio

No investimento de 70 milhões de euros cabe ainda espaço para instalar alguma restauração e comércio, ainda que uma das preocupações da autarquia e do promotor tenha sido não roubar clientela ao centro de Moscavide. “Dar vida a este espaço era fundamental”, disse o vereador Tiago Matias, “mas não queríamos prejudicar a nossa Rua Augusta de Loures”, brincou.

Atrair para aquele local uma grande empresa ou algumas médias é a intenção do promotor, que está alinhada com a estratégia da autarquia de ali criar “um grande pólo tecnológico e de serviços”, disse Bernardino Soares. “A fixação de milhares de novos postos de trabalho trará nova dinâmica a Moscavide.”

Antes da visita ao edifício ainda vazio, o autarca tinha já estado no complexo da EDP Labelec, logo ali ao lado, onde estão a ser construídas novas instalações destinadas a laboratórios eléctricos e escritórios, num investimento a rondar os 13,5 milhões de euros que deverá estar concluído em meados do próximo ano. Está também previsto que a REN mude a sua sede de Lisboa para aquele local e que a Altice realize um investimento nas proximidades, já a caminho de Sacavém.

“Os investimentos privados trazem benefícios para o interesse público”, declarou Bernardino Soares, reconhecendo, no entanto, que o aumento do número de trabalhadores naquela zona se vai inevitavelmente traduzir em maior pressão sobre as infra-estruturas. Segundo o autarca, decorrem negociações com o Governo para reforçar a capacidade de resposta da linha ferroviária da Azambuja e estão também na calha investimentos em estacionamento. Quanto à habitação, cujos preços no concelho “subiram brutalmente” já durante a pandemia, Bernardino diz ser necessária uma intervenção mais musculada do Estado.

Sugerir correcção
Comentar