Governo alemão aprova ajuda de 200 milhões de euros para os afectados pelas cheias

A ajuda deve ser “rápida e sem burocracia”, disse o ministro das Finanças, Olaf Scholz.

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O ministro das Finanças, Olaf Scholz, anunciou ajuda imediata de 200 milhões de euros para as vítimas das cheias na Alemanha Andreas Gora/EPA

O Conselho de Ministros da Alemanha aprovou esta quarta-feira ajuda imediata no valor de 200 milhões de euros aos atingidos pelas inundações no Oeste da Alemanha, em que morreram pelo menos 170 pessoas. Esse valor deverá duplicar com a ajuda dos estados federados afectados, passando para 400 milhões.

“A ajuda imediata é para as pessoas que perderam tudo. É importante que esta seja rápido e sem burocracia”, disse o ministro das Finanças, Olaf Scholz, em declarações à imprensa.

Os dois estados federados afectados e as autoridades locais vão assumir a logística para fazer o pagamento às pessoas atingidas. Scholz disse ainda que, se os 400 milhões não forem suficientes, a ajuda poderá ainda ser aumentada. O país considera ainda, segundo a agência Reuters, recorrer ao Fundo de Solidariedade da União Europeia.

Além disso, deve ser aprovado um programa de reconstrução de infra-estruturas nas regiões afectadas​. Sobre este programa, Scholz declarou que será iniciado um debate quando houver mais clareza sobre os danos totais, que se estimam em mil milhões de euros. 

As inundações ocorreram na semana passada devido a chuvas fortes e constantes que afectaram principalmente os estados federados da Renânia do Norte-Vestefália e Renânia-Palatinado. Foram o maior desastre natural das últimas décadas na Alemanha, causando a morte de pelo menos 170 pessoas, segundo os dados mais recente das autoridades divulgados esta quarta-feira.

O número de mortos pode ainda subir, já que há muitos desaparecidos, segundo a vice-presidente da Agência Federal de Socorro Técnico (THW) da Alemanha, Sabine Lackner.

“Continuamos a procurar pessoas desaparecidas enquanto limpamos as ruas ou retiramos a água dos porões. Mas, infelizmente, neste momento, é mais provável que só sejam encontrados cadáveres”, disse Lackner ao grupo de comunicação social alemão RND.

Lackner criticou ainda o debate sobre os sistemas de alarme e sobre as possíveis responsabilidades pela tragédia, considerando que é muito cedo para isso.

“É claro que temos que analisar tudo. Mas esse debate parece-me lamentável apenas quatro dias depois da tragédia. Há pessoas que estão a enfrentar as ruínas da sua existência. Para o debate é preciso tranquilidade e também é preciso ouvir os especialistas, que agora se dedicam aos trabalhos de resgate”, disse Sabine Lackner.

Além da Alemanha, também na Bélgica morreram pessoas, 31 segundo os dados oficiais, devido às fortes chuvas na semana passada.

Outros países da Europa Central também foram atingidos pelas fortes chuvas, nomeadamente a França, o Luxemburgo, os Países Baixos, a Suíça, a Itália e a Áustria.

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