Ana Margarida de Carvalho: “Os meus arrependimentos vão parar todos aos livros”

Como gostaria de morrer? “Não tenho preferência nem faço grande questão”, responde a escritora, autora de Não se Pode Morar nos Olhos de um Gato.

Foto
Ana Margarida de Carvalho daniel rocha

Qual a sua ideia de felicidade perfeita?
A propósito de “felicidades”, e ainda mais, “perfeitas”, ocorre-me aquela música do Tom Zé, Vai, que sob a aparência de um sambinha muito leve e feliz, é de uma felicidade sinistra que trata. Não a voltei a ouvir da mesma maneira e, pela sua ambiguidade, fiquei a gostar ainda mais dela. Foi composta no tempo da ditadura militar, cuja propaganda apregoava um país felicíssimo e, no fundo subjaz a ameaça do tens de se ser feliz à força ou és preso e massacrado: “Na hora ninguém escapa/ debaixo da cama/ ninguém se esconde/ a felicidade vai/ desabar sobre os homens (…) Menina, ela mete medo/ menina, ela fecha a roda/ menina, não tem saída  (…)”. Aprendi no programa do Gregório Duvivier. Mas há um vídeo no Youtube em que o próprio Tom Zé explica toda a ironia desta felicidade “perfeitamente" apavorante.

Os leitores são a força e a vida do jornal

O contributo do PÚBLICO para a vida democrática e cívica do país reside na força da relação que estabelece com os seus leitores.Para continuar a ler este artigo assine o PÚBLICO.Ligue - nos através do 808 200 095 ou envie-nos um email para assinaturas.online@publico.pt.
Sugerir correcção
Comentar