Muitas dúvidas e esplanadas sob grande pressão no primeiro dia com novas regras nos restaurantes

No Grande Porto, os clientes optaram, este sábado, por ficar nas esplanadas. Longas filas de espera, aglomerados de pessoas à entrada dos restaurantes e muito tempo para validar certificados digitais covid-19.

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Paulo Pimenta
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Ao percorrer as ruas da Baixa do Porto, o cenário é idêntico um pouco por toda a parte: esplanadas cheias, filas à entrada e o interior dos restaurantes pouco ou nada preenchido. Este sábado é o dia em que entra em vigor a medida de obrigatoriedade de apresentação de certificado digital covid-19 ou de um teste com resultado negativo ao SARS-CoV-2 nos concelhos de risco, anunciada pelo Governo na quinta-feira. O PÚBLICO visitou quatro restaurantes, três no Porto e um em Matosinhos, e o balanço é negativo para todos os comerciantes, como dizem. 

No Café Santiago, na Baixa portuense, conhecido pela especialidade nas francesinhas, encontrámos a esplanada cheia. Rui Pereira, proprietário e gerente, começa por lamentar o tempo perdido para a validação dos certificados digitais, “que, por si só, são poucos”. “As pessoas não têm certificados válidos, outros têm só uma dose da vacina [contra a covid-19] e temos também pessoas que estão a fazer os testes rápidos, mas que não sabem muito bem onde os hão-de fazer, se cá dentro ou lá fora”, explica. 

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Por ali, o cenário deste primeiro dia de trabalho com novas regras já levou a gerência a decidir que este domingo não vão abrir portas. “Já optámos por fechar no domingo porque não conseguimos aguentar esta pressão do público à entrada, algumas pessoas insistem até em entrar sem terem um certificado válido”, lamenta. 

Já a terminar a refeição, encontrámos Lídia (54 anos), Manuela (51 anos) e Fátima (53 anos) na esplanada. Apesar de duas das três amigas já terem o certificado digital covid-19 optaram por ficar no exterior porque, como dizem, se sentem mais seguras do que no interior dos restaurantes. 

“Tenho só uma dose da vacina ainda, por isso, tive mesmo que ficar cá fora. De qualquer forma, também me sinto mais segura do que lá dentro”, explica Manuela. Para Lídia a exigência de apresentar o certificado ou um teste negativo é “injusta para quem ainda não tomou a vacina porque não pôde, como os jovens que ainda não têm o certificado digital que estão a ser penalizados”.

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Mais abaixo, a meio caminho entre a Praça do Poveiros, onde nos encontramos, e a Praça da Batalha, no restaurante éLeBê Baixa há apenas meia dúzia de clientes a jantar. Como não existe esplanada, quem não vem precavido com o certificado digital é obrigado a fazer um teste rápido à entrada

Marlene Maia, funcionária, fala numa quebra na facturação superior a 90%. “Num fim-de-semana que costumamos ter 50 ou 60 jantares, hoje temos seis”, lamenta. “Acho que é muito limitador, vai mexer muito com as nossas facturações, com o nosso trabalho e é mais um acréscimo a todos os outros que temos tido com a pandemia”. 

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Já na Praça da Batalha, quem chega à Cervejaria Gazela pergunta por mesa e a resposta vem rápida: “Cá fora ou dentro? Dentro tem de ter certificado”. A maioria opta pelo exterior e as filas começam a formar-se. O cenário agrava-se e, com o passar das horas, onde antes existia nem uma dezena de pessoas, agora estão dezenas. 

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“Querem que façamos de polícia ou de enfermeiros ao obrigar a pedir às pessoas o teste e algumas ainda não estão bem informadas, há até quem leve a mal. Tem sido um problema para controlar”, refere Américo Pinto, proprietário do estabelecimento. 

Já no Restaurante Bar Bermelho, José Moreira, proprietário, optou por fechar a sala interior a partir das 15h30 deste sábado, passando a funcionar apenas com a esplanada. “Não somos nenhuma autoridade para estarmos a fazer testes aos clientes. A medida não tem sentido e é completamente descabida”, lamenta, notando que há muitas pessoas que chegam e acabam por ir embora por não terem espaço para se sentarem, “as filas são enormes”. 

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