Desenho de Leonardo da Vinci bate recorde em leilão na Christie’s de Londres

Cabeça de Urso foi vendido por mais de dez milhões de euros, batendo os nove milhões atingidos em 2001 por outro pequeno desenho do mestre renascentista, Cavalo e Cavaleiro.

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Anadolu Agency/Getty Images

Um pequeno desenho de Leonardo da Vinci (1452-1519), Cabeça de Urso, foi vendido esta tarde num leilão da Christie’s em Londres por 8.857.500 libras (perto de 10,3 milhões de euros).

Ainda que não tenha ultrapassado o tecto de 12 milhões de libras (mais de 13 milhões de euros) previsto pela leiloeira (a licitação começava nos oito milhões), este desenho com apenas sete por sete centímetros superou a mais alta venda anterior de uma obra do género do grande mestre do Renascimento, Cavalo e Cavaleiro, que em 2001 atingiu cerca de nove milhões de euros.

Esta pequena “cabeça de urso” com mais de 500 anos, desenhada por Leonardo através da técnica de pena-de-prata sobre papel rosa-pálido, que aprendeu junto do seu mestre Andrea del Verrocchio, é uma das suas oito obras deste género que se mantêm ainda em mãos privadas – excluídas as colecções da Coroa Real Britânica e de Devonshire, em Chatsworth, no norte de Inglaterra. A Christie’s não divulgou a identidade do comprador.

À BBC, a especialista da leiloeira britânica em desenhos dos mestres antigos, Laetitia Masson, explicou que o desenho a pena de prata é “uma técnica muito difícil, já que ela não admite qualquer erro”, exigindo uma grande precisão da mão do artista.

Na sua já longa história, esta Cabeça de Urso pertenceu à colecção de desenhos de mestres antigos de Sir Thomas Lawrence (1769-1830), um pintor e coleccionador de arte britânico, tendo depois passado para as mãos do comerciante Samuel Woodburn, que o vendeu num leilão em 1860, já então através da Christie’s, pela quantia de… 2,5 libras!

Na primeira metade do século XX, o desenho foi adquirido por outro coleccionador britânico, o capitão Norman Robert Colville, e ao longo desse século, desde 1937, foi exibido sucessivamente em vários museus do mundo, como a National Gallery de Londres, o Louvre Abu Dhabi ou os russos Pushkin e Hermitage. O proprietário actual tinha-o na sua posse desde 2008.

Actualmente, Leonardo é também o recordista absoluto do mercado mundial da arte, na sequência da venda, em 2017, na Christie’s de Nova Iorque, da pintura Salvator Mundi por 450 milhões de dólares (mais de 380 milhões de euros) – uma obra que se crê ter sido comprada pelo príncipe herdeiro saudita Mohammed bin Salman, e que ainda hoje é tema de polémica devido às dúvidas sobre a sua autoria.

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