Fim da pandemia ainda não chegou. Meta de Biden de vacinar 70% dos adultos até ao Dia da Independência não foi atingida

Cerca de 67% da população norte-americana com mais de 18 anos foi vacinada com pelo menos uma dose contra a covid-19. Meta de Joe Biden, que apontava para 70%, não foi atingida.

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Cerca de 67% da população dos EUA com mais de 18 anos foi vacinada com uma dose contra a covid-19 Samuel Corum/EPA

Dois meses depois de o Presidente norte-americano ter anunciado a meta de vacinar 70% dos adultos nos Estados Unidos com pelo menos uma dose da vacina até 4 de Julho, dia em que o país celebra o Dia da Independência, a conclusão a tirar é uma: o fim da pandemia ainda não chegou para os norte-americanos.

O número foi definido por Joe Biden, que prometeu que neste domingo os norte-americanos celebrariam a sua “independência” do vírus, numa tentativa de reunir esforços entre uma população ávida pelo fim das restrições para dar resposta à pandemia de covid-19.

Mas os 70% não foram atingidos a tempo, com os Estados Unidos a registarem actualmente, segundo dados do Centro de Controlo e Prevenção de Doenças (CDC) que reportam a sábado, 67% da população com mais de 18 anos vacinada com pelo menos uma dose contra a covid-19.

No total, até ao momento, aproximadamente 157 milhões de norte-americanos estão já totalmente vacinados contra a doença, o que corresponde a 58,1% dos maiores de 18 anos e a 47,3% da população total.

No sentido oposto ao idealizado, há mesmo algumas cidades norte-americanas como Los Angeles e St. Louis que, perante a crescente propagação da variante Delta, estão a dar alguns passos atrás ao nível das restrições, apelando até mesmo às pessoas vacinadas para que usem a máscara. Além disso, as autoridades de saúde têm vindo a alertar para o aumento dos internados nos hospitais em estados como o Missouri e Utah, onde grande parte da população permanece por vacinar, avança a estação televisiva ABC News.

Porém, há alguns estados norte-americanos que já conseguiram ultrapassar a meta estabelecida por Joe Biden, tais como Vermont, Massachusetts, Nova Iorque, Pensilvânia, Califórnia e Washington, de acordo com dados do CDC avançados pela revista Fortune.

“Não estou preocupado que tenhamos outra epidemia no país”

A Casa Branca tinha já admitido, há cerca de duas semanas, que o país não iria conseguir atingir a meta em tempo útil, embora a administração Biden se tenha mostrado confiante em chegar aos 160 milhões de norte-americanos totalmente vacinados — o outro objectivo estabelecido — apenas com algumas semanas de atraso, em meados de Julho.

“Não estou preocupado que haja um grande surto — noutras palavras, que tenhamos outra epidemia em todo o país”, disse Biden aos jornalistas esta sexta-feira. “Mas estou preocupado com a perda de vidas”, acrescentou.

Ainda assim, os planos da Casa Branca incluem uma celebração do Dia da Independência, sob o slogan “America's Back Together” (“América Junta de Novo”, numa tradução livre), estando planeado para este domingo um churrasco com 1000 profissionais de primeira linha e militares.

A Casa Branca não confirmou se os participantes nas celebrações estão vacinados, embora tenha apelado aos intervenientes que realizem um teste à covid-19 entre um a três dias antes do evento. Caso contrário, os convidados foram aconselhados a seguir as recomendações do CDC e a usar máscara.

“Certamente que nos sentimos confortáveis e confiantes para avançar com o nosso evento aqui na Casa Branca e com indivíduos a fazerem churrascos nos seus jardins neste fim-de-semana para celebrar o 4 de Julho e o aniversário da América”, afirmou a secretária de imprensa da Casa Branca, Jen Psaki. Noutras partes do país, contudo, as autoridades de saúde e governadores apelaram a que as pessoas tenham cuidado durante este feriado.

Conselheiros da administração Biden defenderam a celebração, apontando para alguns exemplos do progresso na luta contra a pandemia, incluindo uma diminuição de 90% nas mortes e hospitalizações desde Janeiro e o facto de mais de três quartos dos idosos estarem totalmente imunizados, refere a ABC News.

“Pode-se comemorar ao mesmo tempo que se passa uma mensagem muito clara: Se está vacinado, tem um elevado grau de protecção. Se não está, deve usar máscara e pensar seriamente em ser vacinado”, disse o virologista Anthony Fauci, citado pela mesma estação.

Joe Biden estabeleceu, pela primeira vez, a data simbólica do 4 de Julho para marcar o fim da pandemia nos Estados Unidos a 12 de Março, num discurso à nação.

“Se fizermos a nossa parte, se fizermos isto juntos, até 4 de Julho, há uma boa probabilidade de vocês, os vossos familiares e amigos poderem juntar-se nos vossos jardins ou bairros para fazer um churrasco e celebrar o Dia da Independência”, disse, na altura, Joe Biden.

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