Pai de Britney Spears diz que não quer voltar a ser tutor da filha

O tribunal negou um pedido de Britney Spears para retirar o pai como curador da sua fortuna. Sobre o papel de tutor, o pai declara que pretende manter-se afastado.

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A decisão judicial, porém, não está relacionada com o testemunho emocionante que a cantora protagonizou há uma semana Reuters/Mario Anzuoni

A cantora Britney Spears perdeu a primeira batalha judicial, ao ver o seu pedido de retirar o pai, James ‘Jamie’ Spears, do papel de curador da sua fortuna. O advogado da artista tinha submetido esse pedido em Novembro, apontando o Fundo Bessemer como a entidade que Britney desejava ter a controlar os seus bens. Agora, um documento judicial, tornado público esta quarta-feira, mostra que a juíza Brenda Penny recusou o pedido, ao mesmo tempo que aprovou o Fundo Bessemer no papel de co-conservador.

A decisão judicial, porém, não está relacionada com o testemunho emocionante que a cantora protagonizou há uma semana, em que descreveu as acções do pai, que acumulou durante 11 anos funções de tutor, como abusivas, ao não lhe permitir retirar um aparelho contraceptivo ou a casar com o namorado. “Quero a minha vida de volta”, declarou Britney Spears ao tribunal por videochamada.

No entanto, há pouco que o tribunal possa fazer neste capítulo, já que, como explicou a juíza do Tribunal Superior de Los Angeles, Brenda Penny, nunca foi apresentada uma petição nesse sentido. 

Na sequência do testemunho da filha, que alegou ter recebido medicação sem o seu consentimento, Jamie Spears interpôs uma acção para que as queixas da cantora sejam investigadas, tendo negado ser responsável por a sua filha não poder casar ou ter mais filhos.

Os advogados de Jamie Spears apresentaram o caso, na terça-feira, afirmando que o pai da cantora está “muito triste ao saber das dificuldades e sofrimento da filha” e que “acredita haver lugar para uma investigação”.

Além de co-curador das finanças, Jamie Spears esteve responsável pelos seus assuntos pessoais até se demitir dessa posição em Setembro de 2019. Na altura, a agente Jodi Montgomery foi nomeada tutora temporária dos assuntos pessoais de Britney, tendo esta procurado que a posição de Jodi se tornasse permanente, impedindo assim o pai de voltar a ter uma palavra a dizer sobre a sua vida.

Os advogados de Jamie Spears alegam, agora, que o progenitor não tem qualquer intenção de tentar recuperar o cargo de tutor e não estava envolvido nos seus “cuidados pessoais ou questões médicas ou reprodutivas”. Por isso, para a equipa legal de Jamie Spears, é imperativo que o tribunal ordene uma investigação a Jodi Montgomery para determinar se esta deve continuar a supervisionar os assuntos pessoais da cantora, depois do testemunho da última semana.

A advogada de Jodi Montgomery, Lauriann Wright, disse numa declaração que a sua cliente “tem sido uma defensora incansável de Britney e do seu bem-estar” e que apresentaria um plano de cuidados ao tribunal “estabelecendo um caminho para a cessação da tutela”. A declaração informa ainda que Jodi Montgomery nunca se manifestou sobre um possível casamento ou sobre o planeamento familiar.

Jamie Spears foi nomeado tutor e curador de Britney, depois de a cantora ter sofrido um esgotamento em 2008, após uma série de comportamentos erráticos. As decisões médicas e da vida pessoal passaram a estar nas mãos do pai, enquanto a fortuna, avaliada na época em 60 milhões de dólares, ficou a ser gerida em conjunto com o advogado Andrew Wallet. A situação manteve-se inalterada até 2019, altura em que Wallet se demitiu e Jamie Spears se tornou o único curador do património. Até que o pai foi forçado a afastar-se durante algum tempo do papel de tutor, ou seja, das decisões sobre a vida pessoal da filha, deixando a agente Jodi Montgomery temporariamente nesse papel. O progenitor manteve-se, porém, como curador dos bens.

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