Britânicos e espanhóis deram impulso ao turismo em Maio

Sinais positivos de Maio fora invertidos com saída de Portugal da “lista verde” britânica e com bloqueios da Alemanha.

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Portuga saiu da “lista verde” britânica a 8 de Junho LUSA/LUÍS FORRA

O número de hóspedes nos alojamentos turísticos mais que duplicou entre Abril e Maio, chegando a um milhão, de acordo com estimativa rápida divulgada esta quinta-feira pelo INE. Deste total, 28% foram turistas estrangeiros, representando perto 38% das dormidas, tendo o mercado britânico e o espanhol dado o maior contributo.

No caso dos espanhóis, estes foram responsáveis por 60,7 mil dormidas, logo seguidos pelos britânicos, com 59,8 mil. Juntos, tiveram um peso de 43% no total das dormidas de estrangeiros.

A subida dos britânicos teve origem na inclusão de Portugal na curta “lista verde” do Reino Unido, deixando de ser obrigatório a quarentena, o que aconteceu a 17 de Maio. A medida, no entanto, foi revertida pouco depois. De resto, os portugueses continuam a ser o maior mercado, tal como tem acontecido desde que surgiu a pandemia de covid-19, e assim deverá ser durante o resto do ano.

De acordo com o INE, nos primeiros cinco meses deste ano “verificou-se uma diminuição de 48,8% das dormidas totais, resultante de variações de -3,6% nos residentes e de -72,7% nos não residentes”. “Note-se que estas variações são influenciadas pelo facto de nos dois primeiros meses de 2020 não se ter ainda feito sentir o impacto da pandemia. Comparando com o mesmo período de 2019, as dormidas registaram uma diminuição de 79,7% (-53,3% nos residentes e -90,1% nos não residentes)”, acrescenta este instituto.

Em termos homólogos, os números de Maio são muito melhores do que os registados em idêntico mês de 2020, quando, como diz o INE, a actividade turística “esteve praticamente parada”, mas ainda muito inferiores aos de Maio de 2019 (-62,3% em hóspedes -68,6% em dormidas).

Mesmo assim, estes eram indicadores que davam alguma esperança ao sector, no entanto desde então a tendência tem-se invertido. Primeiro, foi a saída da “lista verde” britânica, com efeitos a 8 de Junho e que afectou as contas desse mês.

Depois, com o alastramento da variante Delta, houve um surgimento de novos casos de covid, com mais medidas restritivas (nomeadamente a proibição de entrar ou sair da Área Metropolitana de Lisboa aos fins-de-semana), e a Alemanha impôs impedimentos a quem se desloque a Portugal, como a realização de quarentena a quem venha em turismo. Isto apesar do certificado covid digital, que entra hoje em vigor.

O presidente da da Associação da Hotelaria de Portugal, Raul Martins, já afirmou que “não haverá retoma este ano” e que 2021 “será um ano negativo, ou, na melhor das hipóteses, com resultado zero”.

Também o presidente da Associação do Alojamento Local em Portugal (Alep), Eduardo Miranda, considerou que “Junho acabou por se mostrar um fracasso, Julho está perdido com os cancelamentos e Agosto pode estar comprometido”.

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