Os trabalhadores da Estrela tornam-se estrelas da moda: agora vestem Ana Salazar

Os trabalhadores de higiene urbana, espaços verdes e manutenção do espaço público da freguesia de Lisboa passam a vestir uniformes desenhados pela consagrada criadora portuguesa.

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Desenhar fardas é um grande desafio sobretudo por causa das regras de segurança, explica Ana Salazar DR
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Farda dos trabalhadores de higiene urbana DR
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Ana Salazar destaca a sweatshirts DR
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A farda preta pertence aos inspectores do espaço público DR
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Todas as fardas têm a assinatura da designer DR
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A farda é dos trabalhadores que fazem a manutenção dos espaços verdes DR
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As calças dos trabalhadores de espaços verdes é uma das peças que Ana Salazar destaca pela faixa reflectora na vertical DR
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A farda azul é dos trabalhadores que fazem a manunteção do espaço público DR
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Todos os uniformes tinham de cumprir algumas regras a nível de materiais e segurança, o que limitou o trabalho criativo DR
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Ana Salazar, 79 anos Rui Gaudêncio/Arquivo

Para ver as mais recentes criações de Ana Salazar já não é preciso ir a um desfile de moda: basta passear pelo jardim Nuno Álvares ou pelas ruas da Estrela, em Lisboa. É que as novas fardas de higiene urbana, espaços verdes e manutenção do espaço público da Junta de Freguesia da Estrela passaram a ser assinadas pela designer portuguesa Ana Salazar.

O projecto, apresentado esta quinta-feira, remonta a 2019, quando a criadora recebeu a proposta da Junta de Freguesia da Estrela para que desenhasse as fardas de trabalho das equipas de trabalho de rua. Entretanto, a pandemia adiou por várias vezes o projecto que chega agora a público e cujo resultado, reconhece Ana Salazar, em conversa com o PÚBLICO, “ficou muito interessante”.

São quatro fardas para os trabalhadores de higiene urbana, espaços verdes e manutenção do espaço público. Mas esta não é a primeira vez que Ana Salazar desenha uniformes: já o fez para os CTT em 2004. E, ainda que criativamente seja um trabalho “mais limitado”, garante que é um desafio de que gosta muito e uma forma de abrir a moda a outros sectores.

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A criadora Ana Salazar Rui Gaudêncio/Arquivo

As fardas têm de obedecer a uma série de regras a nível de materiais, mas também cumprir vários requisitos de segurança. É o caso das fitas reflectoras que Ana Salazar queria colocar na vertical, mas que, por lei, têm de ser postas na horizontal nas fardas dos trabalhadores de higiene urbana. Tudo isso faz com que “não seja tão fácil”, salienta a criadora, que, todavia, se diz extremamente satisfeita com o que conseguiu concretizar.

Para a criadora de 79 anos, o que mais se destaca é o design das calças dos trabalhadores dos espaços verdes, onde conseguiu colocar a fita reflectora na vertical e inovar com uns bolsos acima dos joelhos. Já nos uniformes higiene urbana diz gostar muito das sweatshirts em laranja vibrante, uma das cores da freguesia da Estrela.

Encontrar uma fábrica que conseguisse produzir as fardas nestes materiais e com as especificidades desenhadas pela designer não foi fácil. Além disso, os tamanhos produzidos começam no L/XL, o que também foi uma desafio para a criativa, reconhece. Mas limitações e regras não assustam Ana Salazar, para quem tal desafio só exige mais originalidade para “criar algo especial”.

Para a Junta de Freguesia da Estrela, o projecto é uma forma de honrar todos os trabalhadores do bairro e “enfatizar a importância do trabalho destas equipas, que tanto contribuem para o bem-estar da freguesia e de todos os que nela vivem”, salientam, em comunicado. Contar com a colaboração de Ana Salazar para o projecto, dizem, é também uma forma de “apoio à arte e à economia criativa”, que tanto padeceu durante a pandemia.

Quando o PÚBLICO conversou com Ana Salazar, na manhã desta quinta-feira, a criadora ainda não tinha tido oportunidade de ver os trabalhadores com as novas fardas, mas garante que todos se têm mostrado “muito satisfeitos” e “admirados” com o resultado final da iniciativa. 

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