Norte desaconselha eventos que juntem muitas pessoas. Lisboa pede a escolas que travem festas de fim de ano

Autoridades de saúde lançam avisos devido ao agravamento da pandemia em Portugal.

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Sesimbra Daniel Rocha

A Administração Regional de Saúde do Norte (ARS-Norte) desaconselhou, esta quarta-feira, a realização de eventos, festas e jantares que promovam a aglomeração de pessoas, dada a situação epidemiológica nacional e “o elevado grau de incerteza em que vivemos”. Já as autoridades de saúde regionais de Lisboa e Vale do Tejo pediram, no mesmo dia, aos directores das escolas que não promovam festas de final de ano nas próximas semanas, dado o aumento de casos de covid-19 na região nas últimas semanas. 

Num comunicado enviado às redacções, a ARS-Norte afirma que “o risco de transmissão de infecção por SARS-CoV-2 durante eventos é real e não pode ser anulado​”.

“Independentemente do cumprimento integral de todas as medidas de saúde pública preconizadas, o risco de transmissão durante eventos é real e não pode ser anulado. É do conhecimento comum que qualquer evento, independentemente da sua natureza (familiares, desportivos, corporativos ou culturais), contribuindo para a agregação de pessoas, constitui um risco acrescido”, afirma a autoridade de saúde.

Também na região de Lisboa o agravamento da pandemia levou as autoridades a fazerem recomendações. Num e-mail a que o PÚBLICO teve acesso, enviado às escolas abrangidas pelo Agrupamento de Centros de Saúde (ACES) de Lisboa Norte (que inclui as freguesias de Alvalade, Avenidas Novas, Campolide, Carnide, Lumiar, S. Domingos de Benfica e Santa Clara), as autoridades regionais de saúde invocam a aplicação do “princípio da precaução em saúde pública” e pedem a colaboração de todos os responsáveis de jardins de infância e estabelecimentos de educação e ensino.

“[Pede-se] que não sejam promovidas cerimónias ou eventos de final de ano, em meio escolar, mantendo a interacção entre alunos limitada ao conceito da mesma “bolha” da turma e respectivos docentes e não-docentes e que sejam sensibilizados os alunos e respectivas famílias para que estes eventos também não ocorram fora do ambiente escolar”, lê-se no e-mail.

As autoridades dizem que este pedido se deve ao agravamento da situação epidemiológica na região, onde existe transmissão comunitária activa da covid-19 e vários surtos “de grandes dimensões associados a eventos de socialização entre famílias e amigos”.

Além disso, como argumentos, é mencionada a transmissão activa das variantes “com maior transmissibilidade” e o facto de “as crianças e jovens destas faixas etárias não estarem vacinados”. “Qualquer iniciativa que reúna um número considerável de pessoas constitui um risco real de transmissão. A componente social subjacente a este tipo de iniciativa acarreta comportamentos de proximidade, sendo a aglomeração de pessoas e o eventual contacto físico tendencialmente inevitáveis”, avisam ainda as autoridades.

Ao PÚBLICO, Vasco Ricoca Peixoto, médico de saúde pública do ACES Lisboa Norte, diz que “há muito tempo” que as autoridades locais têm vindo a receber propostas para a realização de eventos de final de ano.

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