Portugal de calculadora na mão, mas Fernando Santos recusa fazer contas

Portugal defronta a França nesta quarta-feira (20h), em Budapeste, numa partida que pode garantir a presença da selecção nacional nos oitavos-de-final do Euro 2020. A qualificação não está garantida, mas está a um pequeno passo.

Portugal tem jogo decisivo frente à França

“Contas não podemos fazer”. A frase é de Fernando Santos, seleccionador nacional, que fez nesta terça-feira a antevisão do jogo frente à França, uma partida agendada para esta quarta-feira (20h, RTP) e que pode dar a Portugal o apuramento para os oitavos-de-final do Euro 2020 – confira aqui as contas portuguesas.

“Não podemos fazer contas, porque não sabemos o que vai fazer a Hungria frente à Alemanha. Mas só dependemos de nós e é isso que temos de ter em conta. Sabendo isso, só temos é de fazer bem o nosso trabalho”, apontou, alertando que uma derrota de Portugal e um triunfo da Hungria envia os portugueses para Lisboa. Tendo isto em mente, Fernando Santos assumiu que fará algumas alterações na equipa, “até pelo cansaço de jogar com tanto calor”, mas que não existirá uma “revolução” no “onze”.

Olhando para a derrota frente à Alemanha, o seleccionador lembrou, apesar da derrota pesada, que “Portugal ainda teve duas ou três oportunidades de golo na segunda parte e poderia ter empatado o jogo”.

Questionado sobre as dificuldades defensivas frente aos germânicos, Fernando Santos apontou que a falta de intensidade, principal problema nesse jogo, não se trabalha no treino. “Não é no treino que se melhora a intensidade e agressividade. No treino só se fizermos um combate de boxe ou um treino dos rangers. Nós analisámos bem o jogo com a Alemanha e percebemos o que deveríamos ter feito melhor. A matriz de Portugal não esteve lá. Temos de atacar bem e defender bem e, se não fizermos isso, não ganhamos competições”.

Com a França haverá superioridade na defesa

Acerca das diferenças entre a Alemanha e a França, o treinador foi claro: “Alemanha e França têm abordagens diferentes”. “A Alemanha joga com três centrais, três atacantes e com dois laterais muito profundos. Jogando nós numa linha a quatro sabíamos que não teríamos sequer igualdade numérica em termos defensivos e muito menos superioridade. Amanhã, a França terá um ataque diferente. Os médios atacam a profundidade, até o próprio Kanté, e os três avançados são muito móveis. Teoricamente teremos superioridade numérica na defesa”, detalhou.

Ainda sobre a derrota da segunda jornada, o seleccionador, que avançou que Nuno Mendes ainda não irá a jogo, garantiu que a equipa já recuperou, até pela experiência dos jogadores, habituados a jogar à quarta e ao domingo, com poucos dias para recuperar física e mentalmente.

“Sentimos a derrota e afundámos no bom sentido do termo. Não viemos contentes. Mas, no dia seguinte, já estávamos a reagir, até porque temos jogadores muito experientes. Há momentos em que as equipas não estão bem, mas estão habituadas a reagir. Há outras selecções que se calhar têm mais dificuldades, porque os jogadores não jogam domingo e quarta, como os nossos”.

"Vamos com calma”, diz Pepe

Antes de Fernando Santos falou Pepe, defesa da selecção nacional. Também questionado sobre a desilusão da derrota frente à Alemanha, o luso-brasileiro alertou que Portugal não está tão mal como pode parecer.

“Vamos com calma, porque, num grupo muito difícil, em nove pontos possíveis podemos fazer seis. Pode parecer que estamos mal, mas não estamos assim tão mal. Ganhando o jogo de amanhã estamos apurados. Portugal só depende de si próprio e isso é o ponto mais importante”.

O segredo frente à França, crê o central, será Portugal “ter as linhas muito juntas e ser uma equipa solidária”. “Portugal tem de ser o costuma ser: uma equipa solidária e aguerrida. Foi assim que nos tornámos respeitados na Europa. Sabemos que vamos defrontar uma grande selecção, mas também temos as nossas armas. Vamos tentar atacar e passar a fase de grupos fazendo o que temos feito nos últimos anos”.

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