Fernando Santos: “Não tenho medo nenhum da Alemanha”

Seleccionador português sem receio da selecção germânica para o jogo deste sábado em Munique.

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Fernando Santos, seleccionador de Portugal LUSA/HUGO DELGADO

Desde que Cristiano Ronaldo as tirou do enquadramento e disse “bebam água” em directo, toda a gente neste Euro 2020 tem brincado com as garrafas de Coca-Cola que aparecem nas conferências imprensa - o seleccionador russo já bebeu uma, Pogba escondeu uma garrafa de Heineken e Yarmolenko ofereceu-se para ser o porta-voz das duas bebidas que estão entre os patrocinadores do Euro 2020.

Nesta sexta-feira, em Munique, Fernando Santos fugiu a esses momentos virais e deixou as garrafas sossegadas na mesa da sala de imprensa do Allianz Arena. Há coisas mais importantes em que pensar, como o jogo deste sábado entre Portugal e a Alemanha, a contar para a segunda jornada do Grupo F, que terá uma dose de pressão adicional para os germânicos, derrotados pela França na primeira jornada, enquanto a selecção portuguesa teve uma estreia vitoriosa frente à Hungria em Budapeste.

Não será pelos resultados da primeira ronda de jogos, diz Fernando Santos, que Portugal passa a ser imediatamente favorito no jogo em Munique. “A gente passa com muita facilidade do 8 ao 80. A partir de determinado momento, Portugal passou a ser uma equipa respeitada. Antes essas quatro, cinco grandes equipas tinham consideração pela qualidade do futebol português, mas acreditavam sempre que eram mais fortes e que iriam ganhar. Acho que não há nenhuma equipa que acha que vai ser fácil ganhar a Portugal, mas daí a passarem para o pólo oposto e dizer que Portugal é muito melhor que a Alemanha...”, começou por dizer o seleccionador português

“É uma equipa fantástica, em termos individuais e colectivos, dominadora, tipo rolo compressor, mas sabe que vai ter pela frente uma grande equipa. Não tenho medo nenhum da Alemanha, as duas equipas vão respeitar-se. Dos dois lados há forças poderosas capazes de resolver o jogo, mas achar que Portugal é favorito contra a Alemanha a jogar na Alemanha, acho que estamos a ultrapassar os limites. Se os meus jogadores caíssem nessa tentação, dificilmente empatávamos aqui o jogo, quanto mais ganhar, e o nosso objectivo não é empatar, é ganhar.”

Para o seleccionador nacional, a derrota em Paris não foi um sinal de fraqueza germânica. “Se atentarmos ao jogo com a França, percebemos que a Alemanha foi capaz de empurrar a equipa campeã do mundo, o golo foi um autogolo, e isso retira o que na verdade foi o jogo”, reforçou.

Santos espera um jogo bem diferente do que foi a estreia portuguesa em Budapeste, até porque considera não haver comparação possível entre Alemanha e Hungria: “É um jogo muito importante, que será sempre para ganhar e com confiança. Queremos ter bola e não a perder muitas vezes. Se isso não acontecer, obviamente, as coisas ficam complicadas. Não se pode comparar a Hungria com a Alemanha, que joga com três defesas, quatro médios e três avançados. A qualidade individual não tem nada a ver, não há comparação possível.”

Santos garante ainda estar preparado para qualquer uma das estratégias de Joachim Low, o técnico alemão. “Estamos preparados para qualquer um desses momentos estratégicos. A Alemanha teve um período em que jogou em 3x4x3, depois 4x3x3, depois do jogo com a Espanha, voltou ao 3x4x3. Vi com muita atenção o jogo com a França, houve momentos com o Kimmich ao centro, o Ginter mais à direita... É uma possibilidade, falei com os jogadores sobre isso”, analisou Fernandos Santos.

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