Dinamarca não queria jogar após o pânico com Eriksen

Jogadores da selecção dinamarquesa acusam a UEFA de insensibilidade e Peter Schmeichel, pai do guarda-redes Kasper Schmeichel, diz que o organismo mentiu ao explicar que foram os jogadores que quiseram retomar o jogo frente à Finlândia.

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LUSA/Wolfgang Rattay / POOL

“Não era o momento para jogar futebol”. A frase é do jogador dinamarquês Martin Braithwaite, que criticou que a Dinamarca tivesse de terminar o jogo frente à Finlândia, no último sábado, após os minutos de pânico vividos com o desfalecimento repentino de Christian Eriksen, jogador que caiu inanimado e se encontra hospitalizado.

A opinião do jogador do Barcelona não é virgem. Nas últimas horas, também Kasper Schmeichel, guarda-redes da Dinamarca, apontou que a UEFA foi insensível pela forma como obrigou os jogadores a tomarem a decisão de retomarem ou não a partida.

“Puseram-nos numa posição em que sinto que não nos deveriam ter colocado. Exigia que alguém mais acima dissesse que não era o momento de tomar decisões”, admitiu Schmeichel.

Já o pai do guardião, o ex-Sporting Peter Schmeichel, foi mais longe. Em declarações ao programa Good Morning Britain, o ex-guarda-redes acrescentou mesmo que a UEFA deu à selecção nórdica a possibilidade de jogar no mesmo dia (cenário que se verificou), terminar a partida no dia seguinte ou… ser sancionada com derrota por 3-0.

“Ontem, eu vi a nota oficial da UEFA, que dizia que estavam a seguir a vontade dos jogadores, que insistiram em jogar. Eu sei que isso não é verdade. A UEFA deu-lhes três opções: a primeira foi jogar imediatamente e acabar os restantes 50 minutos que ainda faltavam do encontro, a segunda foi recomeçarem a partida ao meio-dia de domingo e a terceira foi abandonarem o jogo e perderem 3-0. O que realmente é importante aqui ressalvar é: será que os jogadores queriam mesmo jogar ou não tiveram outra opção? Eu não penso que tenham tido”, argumentou.

E acrescentou: “Algo de terrível acaba de acontecer e a UEFA propõe retomar o jogo ou voltar no dia seguinte ao meio-dia. Que opção é essa? O resultado não tem nenhuma importância nestas situações. Como é que eles poderiam jogar?”.

Christian Eriksen mantém-se hospitalizado, em situação clínica “estável”, informou nesta segunda-feira a Federação Dinamarquesa de Futebol (DBU).

“O Christian permanece na mesma condição, estável, bem. Continuam a fazer-lhe exames, sem nenhuma alteração”, explicou o chefe de comunicação da DBU, Jakob Hoyer, em conferência de imprensa.

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