China avisa G7: “Pequenos grupos de países” não governam o mundo

Pequim responde às críticas e ao plano de infra-estrutura global destinado a rivalizar com a Nova Rota da Seda.

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Os líderes dos países do G7 querem deter o expansionismo económico da China Reuters

A China avisou este domingo os líderes do G7 que os dias em que “pequenos” grupos de países decidiam o destino do mundo fazem parte do passado, numa resposta às críticas endereçadas a Pequim na cimeira do grupo dos sete países com economias avançadas e sociedades abertas​, que decorre na Cornualha, Reino Unido.

“Sempre acreditámos que os países, grandes ou pequenos, fortes ou fracos, pobres ou ricos, são iguais e que os assuntos mundiais devem ser tratados através de consultas entre todos os países”, afirmou um porta-voz da embaixada chinesa em Londres.

“Já lá vai o tempo em que as decisões globais eram ditadas por um pequeno grupo de países”, acrescentou o porta-voz, vincando que o único sistema global válido é a ordem internacional baseada nos princípios das Nações Unidas e “não nas ditas regras formuladas por um número pequeno de nações”.

No sábado, os líderes do G7 acordaram levar para a frente um plano de infra-estrutura global capaz de rivalizar com a iniciativa Nova Rota da Seda, da China. O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, grande impulsionador do plano, e os restantes líderes do G7 pretendem que a iniciativa, baptizada como o nome de Build Back Better World (B3W), ajude “a reduzir as necessidades, de mais de 40 biliões de dólares, em infra-estruturas das nações em desenvolvimento até 2035”, anunciou a Casa Branca em comunicado.

Ao mesmo tempo, Biden pressionou os restantes líderes do G7 a tomar “acções concretas” contra o uso de trabalho forçado na província de Xinjiang, no Noroeste da China. No comunicado final que sairá este domingo, último dia da cimeira, sabe-se já que constarão referências a Hong Kong e ao trabalho forçado na província de Xinjiang.

Especialistas da ONU e grupos de direitos humanos estimam que mais de um milhão de pessoas, principalmente uigures e outras minorias muçulmanas, foram detidas nos últimos anos num vasto sistema de campos em Xinjiang. Pequim nega todas as acusações de trabalho forçado ou abuso de minorias e, inicialmente, chegou mesmo a negar que os campos existissem, mas perante as provas, incluindo imagens de satélite e relatos de testemunhas, passou a dizer que se trata de centros vocacionais, destinados a combater o extremismo.

 
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