Costa considera “insultuosa” declaração do líder do PSD sobre Pedro Adão e Silva

Rui Rio considerou que a escolha do ex-dirigente era uma “compensação” pelos comentários políticos. Marcelo desdramatizou críticas.

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António Costa evitou alongar-se em comentários sobre a polémica LUSA/ANTÓNIO PEDRO SANTOS

O primeiro-ministro considerou, esta terça-feira, insultuosas as acusações proferidas pelo presidente do PSD sobre a escolha do professor universitário Pedro Adão e Silva para comissário executivo das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril.

Numa publicação na sua conta oficial na rede social Twitter, Rui Rio escreveu que a escolha de Pedro Adão e Silva para liderar a comissão executiva das comemorações dos 50 anos do 25 de Abril é uma “compensação” do PS pelos comentários feitos nos media.

“O PS tem os seus ‘comentadores independentes’ espalhados pelos diversos canais para vender a propaganda socialista e tentar destruir os adversários ... mas esse trabalhinho tem um preço. Chegou a vez de Pedro Adão e Silva receber a compensação. Pagamos nós; com os nossos impostos”, criticou Rui Rio.

Confrontado pela agência Lusa com esta posição do líder social-democrata, António Costa respondeu: “É uma declaração tão insultuosa que, por uma questão de respeito com o líder da oposição, me exige que a ignore”.

A partir da Madeira, o Presidente da República, que deu o aval à nomeação do Governo, desdramatizou as críticas. “Democracia significa que não há duas opiniões iguais sobre ninguém. Há quem goste e há quem não goste, faz parte da lógica da democracia”, disse aos jornalistas.

Marcelo Rebelo de Sousa sublinhou que Pedro Adão e Silva “é um historiador, um politólogo, atento à realidade contemporânea do país, consensual, muito consensual, embora predominantemente no centro-esquerda do que à direita, mas muito consensual no quadro de uma data como é o 25 de Abril”. Na sua perspectiva, tem, portanto, “as qualidades necessárias, tem o conhecimento da matéria, imaginação inventiva, é relativamente jovem em relação ao período do 25 de Abril”.

Contactado pelo PÚBLICO, Adão e Silva não quis comentar. No Twitter, deixou apenas uma nota: “Afinal, é bem mais vasta do que antecipava a coligação de quem pensa que celebrar os 50 anos da nossa democracia não merece nem ambição programática, nem dignidade institucional.”

Pedro Adão e Silva foi membro do Secretariado Nacional do PS entre 2002 e 2004, sob a liderança de Ferro Rodrigues, e abandonou logo depois a vida partidária.

Em 27 de Maio, o Conselho de Ministros aprovou a criação de uma estrutura de missão para organizar as comemorações dos 50 anos do 25 de Abril, que se assinala em 2024, nomeando Pedro Adão e Silva como comissário executivo.

Pedro Adão Silva é professor auxiliar do departamento de ciência política e políticas públicas no ISCTE, director do Doutoramento em Políticas Públicas da mesma instituição e comentador em vários órgãos de comunicação social, como a TSF, RTP ou o Expresso.

A par da estrutura de missão vai funcionar, junto da Presidência da República, uma Comissão Nacional, presidida pelo antigo Presidente da República Ramalho Eanes, que terá a responsabilidade de “aprovar o programa oficial das comemorações e os relatórios de actividades”.

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