Suspeitas de reacções adversas à vacina diminuem. Foram notificadas quase 6700 até fim de Maio

A maior parte (68,3%) dos quase 6700 problemas registadas pelo Infarmed são referentes à vacina desenvolvida pela Pfizer. A vacina desenvolvida na Alemanha gerou 1,21 reações adversas por cada 1000 doses em Portugal. A AstraZeneca tem ligeiramente mais (1,24). Já Moderna (0,74) e Janssen (0,16) têm menos de uma reacção por cada milhar de tomas. Quase 60% não são casos graves.

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Ricardo Lopes

Por cada 1000 doses de vacinas da Pfizer contra a covid-19 administradas em Portugal foram comunicadas 1,21 reacções adversas às autoridades de saúde. O dado consta do último relatório da Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, com informações até final de Maio. Esta vacina está associada à maior parte (68,3%) dos quase 6700 problemas registados, a maioria dos quais não são graves.

Os dados do Infarmed indicam ainda que por cada 1000 doses administradas foram comunicadas 1,24 reacções no caso da AstraZeneca, 0,74 referentes à Moderna e 0,16 à vacina da Janssen, as outras três vacinas contra a covid-19 que estão a ser utilizadas em Portugal.

De acordo com relatório foram notificadas 6995 reacções adversas às vacinas contra a covid-19. Mais de dois terços são referentes à vacina da Pfizer/BioNtech, com 4782 casos, seguindo-se a da AstraZeneca (Vaxzevria), com 1509, a da Moderna, com 387, e a da Janssen, com 17 casos.

De acordo com o último relatório a Autoridade Nacional do Medicamento e Produtos de Saúde, até final de Maio foram notificadas 6995 reacções adversas entre as 5,8 milhões de doses administradas até essa data — ou 0,12%. Os dados até 6 de Maio indicavam uma percentagem ligeiramente mais elevada, de 0,15%, de acordo com as contas da TSF.

O Infarmed sublinha, contudo, que “a notificação no âmbito do Sistema Nacional de Farmacovigilância não pressupõe necessariamente a existência de uma relação causal com a vacina administrada” e que a vacinação contra a covid-19 “é a intervenção de saúde pública mais efectiva para reduzir o número de casos de doença grave e morte originados por esta pandemia”.

Das reacções registadas, 3957 referem-se a casos não graves (59,1%) e 2738 a casos graves (40,9%), refere o Infarmed, sublinhando que a maior parte (90%) das reacções adversas a medicamentos classificadas como graves se referem a “casos de incapacidade, maioritariamente temporária”.

A maioria das reacções notificadas ao Infarmed foram registadas em mulheres (4712) e, por faixas etárias, aquela que tem mais notificações é a dos 30 aos 49 anos.

As dez reacções mais notificadas referem-se a casos de reacção no local de injecção (3250), dores musculares ou nas articulações (3007), dores de cabeça (1964), febre (1800), astenia, fraqueza ou fadiga (1123), náuseas (773), tremores (687), alterações/aumento dos gânglios (569), eritema/eczema ou erupção (481) e parestesias (400), ou seja, sensação de formigueiro ou picadas.

No relatório, o Infarmed lembra ainda que a maioria das reacções adversas a medicamento mais notificadas se enquadram “no perfil reactogénico comum de qualquer vacina” e que grande parte destas reacções se resolve “em poucas horas ou dias, sem necessidade de intervenção médica, e não deixando sequelas”.

No total de 5.790.080 doses administradas, o Infarmed registou 44 notificações de casos de morte em idosos com outras comorbilidades e em que não está demonstrada a relação causal com a vacina administrada.

“Os casos de morte ocorreram em pessoas com uma mediana de idades de 81 anos e não pressupõem necessariamente a existência de uma relação causal com a vacina administrada, uma vez que podem também decorrer dos padrões normais de morbilidade e mortalidade da população portuguesa”, refere a Autoridade Nacional do Medicamento.

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