Sporting é campeão nacional de basquetebol 39 anos depois

Uma decisão da equipa de arbitragem na última posse de bola provocou indignação no FC Porto, que pedia falta sobre Garrett Nevels. Moncho López, treinador portista, pontapeou tudo o que apanhou pela frente e o clube decidiu não fazer declarações após a partida e não receber a medalha de vice-campeão. Segundo a RTP, Nevels partiu o troféu de campeão do Sporting.

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Um jejum de 19 anos quebrado no futebol e um de 39 interrompido no basquetebol. O Sporting está em maré de retoma de títulos e conquistou, nesta quarta-feira, a Liga portuguesa de basquetebol 2020/21 – é o nono campeonato da história do clube.

Os “leões” bateram o FC Porto e venceram a final do campeonato na “negra”, conquistando o jogo 5 por 86-85, com um lance livre nos últimos segundos. E só poderia ter sido assim, com equilíbrio máximo, depois de quatro triunfos para cada lado em oito duelos na temporada.

Por ter sido o primeiro classificado na fase regular da temporada, o Sporting pôde jogar este quinto jogo no pavilhão João Rocha e a festa foi feita em casa, naquele que é o primeiro título nacional desde 1982 – “jejum” espoletado também pela ausência de 24 anos, com o clube a retomar a actividade no basquetebol em 2019.

Esta é ainda, para o Sporting, uma “dobradinha” na temporada de basquetebol, depois da conquista da Taça de Portugal. Com este campeonato, o Sporting, que sucede à Oliveirense como campeão nacional, chega aos nove títulos, estando a três dos 12 do FC Porto e a 18 dos 27 do Benfica.

Para Luís Magalhães, treinador “leonino” de 63 anos, este é o sétimo campeonato conquistado na Liga portuguesa – um deles conquistado no FC Porto, rival que superou nesta final.

Travante e Nevels em destaque

No que diz respeito à partida, o primeiro quarto foi globalmente equilibrado. O Sporting saiu na frente, com alguns minutos de insistência em isolamentos após bloqueio directo, sobretudo para Travante Williams (muito acerto no lançamento). Também a habitual arma dos pontos em transição após turnover foi muito explorada no primeiro quarto.

Ainda assim, o FC Porto nunca permitiu que os “leões” disparassem no marcador, essencialmente através do lançamento de longa distância – cinco em sete de três pontos.

O jogo foi para a pausa em 22-20.

No segundo quarto, o FC Porto abriu uma vantagem de oito pontos, sobretudo na fase em que começou a defender zona – mal lida pelos “leões” em vários ataques – e a dominar as tabelas. No ataque, mantinha-se o acerto nos lançamentos de três pontos, que “choviam” de todo o lado – João Soares, Brad Tinsley, Garrett Nevels, Jalen Riley e Larry Gordon.

Vindo de desconto de tempo e a perder por oito, o Sporting montou também uma defesa zona e chamou os bons defensores Diogo Ventura e Pedro Catarino. Conseguiu não só recuperar a desvantagem – os lançamentos portistas eram bastante mais contestados – como virar o marcador.

Sem o contributo de James Ellisor, que passou ao lado da primeira parte, Ventura acabou por ser o maior foco da recuperação, com dez pontos no segundo período.

O intervalo chegou com 51-47, com oito triplos “leoninos” e nove dos portistas.

Após a paragem, já de regresso às defesas tradicionais, Garrett Nevels mostrou que o aquecimento pós-intervalo lhe correu bem. Foram seis pontos logo na entrada do terceiro quarto, e outros três mais adiante, fazendo um duo importante com Gordon, muito forte a trabalhar perto do cesto perante um Sporting que, com Fields no banco, tinha menos peso nas posições interiores.

Travante e Ellisor, este já “acordado”, permitiam ao Sporting manter, ainda assim, os “dragões” à distância. O último período começou com 68-63.

Indignação portista

Nos derradeiros dez minutos, a qualidade do jogo e a produtividade baixaram um pouco, sobretudo do lado “leonino”.

Ventura, João Fernandes (notou-se a má reentrada de Fields) e Travante foram descansar e o FC Porto igualou a partida pelas mãos de Tinsley, que conseguiu assumir protagonismo neste último quarto, e Nevels, que marcava de todo o lado, defendia Ellisor e continuava a ser o “dono” do jogo.

Os últimos minutos foram de muita tensão, muitos erros e até de desperdício da linha de lance livre e a última posse de bola, para o Sporting, com 17 segundos por jogar, tinha os “leões” a dois pontos.

Shakir Smith colocou o jogo empatado com uma penetração e deixou seis segundos para o FC Porto evitar o prolongamento e levar o campeonato para a invicta.

Os “dragões” não marcaram e, no ressalto, houve falta sobre Micah Downs. O sportinguista não falhou e entregou o campeonato aos “leões” na linha de lance-livre.

A decisão da equipa de arbitragem na última posse de bola provocou indignação no FC Porto, que pedia falta sobre Nevels antes da infracção sobre Downs. Moncho López, treinador portista, pontapeou tudo o que apanhou pela frente e o clube decidiu não fazer declarações após a partida e não receber as medalhas de vice-campeão. Segundo a RTP, Nevels partiu ainda o troféu de campeão do Sporting, antes de este ser entregue.

Em matéria individual, Travante Williams, com 21 pontos e oito assistências, e Garrett Nevels, com 29 pontos e cinco ressaltos, foram os jogadores em foco de cada lado.

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