OCDE melhora previsões para Portugal e zona euro

Ritmo de vacinação mais elevado conduz a aumento de optimismo em relação à evolução das economias. No caso de Portugal, a OCDE prevê crescimento de 3,7% este ano e de 4,9% no próximo.

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Paulo Pimenta

Animados pelas notícias mais positivas na frente de combate à pandemia, os responsáveis da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) apresentaram nesta segunda-feira previsões mais optimistas para a evolução da actividade económica em todo o mundo, apontando agora para um ritmo de crescimento em Portugal que está em linha com aquilo que é também projectado pelo Governo.

No relatório de actualização das suas perspectivas agora publicado, a OCDE aponta para uma variação do PIB português no decorrer deste ano de 3,7%, a que se seguirá nova aceleração de ritmo, com um crescimento de 4,9% em 2022. Estes números representam uma significativa revisão em alta das projecções da OCDE para Portugal, já que em Dezembro esta entidade previa taxas de crescimento de apenas 1,7% em 2021 e 1,9% em 2022.

Os números agora apresentados ficam abaixo mas próximos das metas traçadas pelo Governo no Programa de Estabilidade divulgado em Abril. O executivo prevê um crescimento de 4% este ano e de 4,9% em 2022, sendo que João Leão tem vindo, nas últimas semanas, a pôr a hipótese de o ritmo de retoma poder vir a ser mais elevado.

A revisão em alta da OCDE para Portugal é feita em sintonia com um aumento de optimismo em relação à evolução da conjuntura a nível internacional. A organização com sede em Paris já tinha em Março revisto em alta as previsões para as principais economias mundiais. E agora voltou a melhorar as suas estimativas. O crescimento da economia mundial é agora colocado em 5,8% este ano e 4,4% no próximo, quando em Março os valores previstos eram de 5,6% e 4%, respectivamente.

No caso da zona euro, depois de previsões de crescimento em Março de 3,9% para 2021 e de 3,8% para 2022, a OCDE aponta agora para uma variação do PIB de 4,3% e de 4,4%, respectivamente.

As razões para o maior optimismo a nível mundial prendem-se, como explica o relatório, principalmente com o facto de, “nas economias avançadas, a aplicação progressiva de uma vacina eficaz ter começado a permitir que mais actividades intensivas nos contactos abram gradualmente”. No entanto, a OCDE alerta que “o risco de um suficiente crescimento pós-pandemia não ser atingido ou partilhado por todos é elevado”.

No caso de Portugal, a organização assinala que a retoma em sectores importantes como turismo e outros serviços será feita “gradualmente”, mas revela, em contrapartida, confiança em que se registe uma “forte actividade no sector transformador” e que a maior absorção de fundos europeus, em particular devido à implementação do Plano de Recuperação e Resiliência, conduza a um crescimento mais forte do investimento e das exportações.

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