Biógrafa de Harry diz que o namoro entre os EUA e os duques de Sussex acabou

As vozes críticas ao casal são cada vez mais audíveis nos EUA. É que, segundo a autora de Harry: A Biography of a Prince, os norte-americanos estão fartos da “falta de maneiras” do príncipe.

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O casal vive há um ano na Califórnia REUTERS/Toby Melville

Quando Harry e Meghan escolheram a soalheira Califórnia para residir, muitos vaticinaram que os duques depressa se transformariam em celebridades nos Estados Unidos — assim considerou o Madame Tussauds​, o famoso museu de cera londrino, que os afastou da família real britânica e os relocalizou junto às estrelas de Hollywood.

Num artigo do Washington Post, Kitty Kelley, biógrafa que já publicou sobre a família Kennedy, Oprah Winfrey e a família real britânica, estimou que, “na América, Harry e Meghan serão procurados socialmente e pagos generosamente (alguns poderiam dizer exorbitantemente) pelo seu valor de celebridade”.

No entanto, o comportamento de Harry não tem sido bem acolhido, sendo descrito como inadequado, e a gota de água terá ocorrido quando o príncipe voltou a tecer duras críticas à avó, a rainha Isabel II, e ao pai, o príncipe Carlos. E, de acordo com Angela Levin, autora do livro Harry: A Biography of a Prince, de 2018, “um número crescente de americanos comenta o comportamento negativo de Harry para com a sua família, especialmente o seu pai e a rainha”. A jornalista britânica e comentadora sobre os assuntos da realeza escreveu, no Twitter, que tem ouvido comentários “contra a falta de maneiras” de Harry

O que está em causa é a mais recente conversa entre Harry e Oprah para a série de documentários co-produzida pelos dois, em que são abordadas questões sobre saúde mental. Em The Me You Can’t See, o príncipe, sexto na linha de sucessão, criticou as capacidades parentais do príncipe de Gales, acusando o pai de esperar que os filhos aguentassem as pressões da vida real, em vez de os proteger.

E sobre a depressão de Meghan, que a terá levado a ter ideias suicidas, Harry aponta o dedo a toda a família, acusando-a de “total negligência”.

Esta não é a primeira vez que o príncipe tece duras críticas à família real, mas a repetição das declarações está a agudizar o fosso entre o próprio e a restante monarquia. Um utilizador do Twitter na conta de Angela Levin comenta: “Nós [os americanos] não gostamos de queixinhas.” “Muitos americanos, como eu, trabalham arduamente toda a vida, enquanto ainda sofrem financeiramente. Apesar das nossas dificuldades, traumas e lutas, a maioria ainda se levanta todos os dias e faz o que é preciso para passar o dia, sobreviver e tomar conta das nossas famílias sem ajuda.”

Já no início deste mês, a afirmação do príncipe sobre a Primeira Emenda da Constituição dos EUA originou uma torrente de críticas. O duque considerou a Primeira Emenda — a que garante várias liberdades básicas nos EUA, nomeadamente de religião, de expressão ou de imprensa — “uma loucura”, numa conversa no podcast do actor Dax Shepard. É que, apesar de ter ressalvado não a compreender na totalidade por estar há pouco tempo no país, observou ser “possível encontrar uma falha em qualquer coisa”. “Pode-se capitalizar ou explorar o que não é dito, em vez de manter o que é dito.”

Além das críticas populares, o assunto acabou por fazer ricochete junto da classe política americana e da britânica, sendo comentado até com algum humor por alguns. Foi o caso do congressista do Texas Dan Crewnshaw. “Acabei de duplicar o tamanho da minha festa do Dia da Independência”, escreveu. Já Nigel Farage, líder do conservador Reform UK (antigamente conhecido como Partido Brexit), afirmou que “o príncipe Harry a condenar a Primeira Emenda dos EUA mostra que ele perdeu o pé”, prevendo que, “em breve, [Harry] não será desejado em nenhum dos lados” do Atlântico.

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